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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

A parte fiscal, indiscutivelmente, é a nossa maior preocupação

O senador Ronaldo Caiado (DEM), eleito governador no domingo, diz que atuará ainda este ano junto à Secretaria do Tesouro Nacional para tentar melhorar as condições do Estado para obtenção de empréstimos. “A parte fiscal, indiscutivelmente, é a nossa maior preocupação”, afirmou em entrevista ao POPULAR, em que falou das prioridades, definição da equipe de transição, do secretariado e da relação com prefeitos e opositores. Segundo ele, áreas prioritárias, como segurança, saúde e educação, terão auxiliares técnicos, mas não definiu nomes.

O sr. disse que o foco inicial do governo será o equilíbrio das contas. O que prepara?

Temos de analisar neste momento a situação fiscal e as carências, dívidas contraídas, atrasos. A peça orçamentária será submetida à Assembleia, o governo deve mandar projeto para alterar o resultado das metas, já que a previsão era de um superávit de R$ 900 milhões e já está com déficit de mais de R$ 430 milhões até 30 de agosto. A parte fiscal, indiscutivelmente, é a nossa maior preocupação. Qual a necessidade de sabermos isso? Acho que posso, ainda nestes dois meses que restam, pelo menos começar a fazer uma discussão com o Tesouro Nacional para tentar ver se Goiás se recupera dentro da classificação do rating e com isso tenha aval do Tesouro para contrair empréstimos. Essa é a minha maior preocupação neste momento.

Quem integrará a equipe de transição?

Vamos definir de acordo com o que o governo vai propor. Não sei quantos nomes vão encaminhar. Mas seria importante que a gente tivesse pelo menos uma transição com as secretarias mais relevantes em termos da situação fiscal. Fazenda e Planejamento, mais Segurança, Educação e Saúde. Hora alguma me antecipei na campanha. Aguardei o resultado. Levei esse assunto ao governador ontem (anteontem). São vários os contatos que tenho e saberei trazer as pessoas, considerando o nosso plano de governo, nossas ligações, como também com pessoas técnicas, qualificadas, para que possamos discutir cada uma das áreas. Mas não tenho nomes especificamente. Talvez quarta ou quinta-feira.

O sr. disse que não tem compromisso de espaço político, mas isso vai ser um critério para a escolha do secretariado.

Cada pasta tem sua finalidade. Secretaria de Governo e Casa Civil são cargos eminentemente políticos. Há outros que são 100% técnicos e exigem pessoas reconhecidas e com competência comprovada, como segurança, saúde, educação. São setores que representam colunas extremamente importantes para a sobrevivência, para que o governo dê certo e que não podem ter nenhuma ingerência que não seja com objetivo de trazer ao cidadão resposta em cada uma dessas áreas. Essa é a grande demanda. Saúde em primeiro lugar, segurança e educação depois. São os três pontos em que o governo não tem como dizer que sente muito. Foi constituído para isso.

Pode vir a convidar alguém de fora?

Posso trazer. Não saberia dizer se vou trazer ou não. Vai depender do quadro do conhecimento das propostas que teremos, diante do diagnóstico feito do quadro fiscal de Goiás. Com a realidade de Goiás, temos de avaliar como vamos dar conta de atender compromissos e qual é a proposta de cada um para sairmos deste momento de dificuldade. Quem vai apresentar a melhor ideia?

O sr. fala que é preciso fazer um diagnótisco, mas cita números sobre déficit, dívida. Já não há informações públicas?

Não sabemos o tamanho da dívida, o prazo, quanto tempo será possível resgatar um resultado melhor no Tesouro Nacional, o aval. Simplesmente saber a dívida não basta. Qual o perfil dela, a taxa de juros, a arrecadação de fato do Estado? São vários fatores.

O governo fala que o sr. trabalhou contra o empréstimo da Caixa, que apresentou condições de financiamento muito ruins. O sr. vai pegar empréstimo em que condições?

Temos de entender que lei estadual não sobrepõe a Constituição Federal. A Constituição só autoriza crédito de bancos desde que haja o aval do Tesouro e Goiás hoje não o tem. Eu jamais impedi que fosse feito qualquer empréstimo. Eu simplesmente falei da Constituição, se ela prevalece ou não. Não se pode vincular uma dívida ao Fundo de Participação dos Estados a partir de 2019 e deixar de cumprir a norma constitucional. Eu perguntei à Caixa Econômica: vocês vão assumir isso? E, ao se convocar o ministro, ele disse que só daria empréstimo se tivesse aval do Tesouro. Então, não fui eu que impedi. É o Estado que não tem condições mínimas para que seja contraído empréstimo. Essa é a realidade. Por isso uma das minhas metas para esses dois meses é ver como resgatar essa condição de financiamento.

Mas isso também vai depender do fechamento das contas do atual governo.

Sim. Vai depender. Mas vamos ver como é possível articular isso. Vamos buscar alternativas. Teremos um novo governo (federal) em 2019. Este governo ampliará as propostas para aqueles que mostrem transparência nas contas públicas e sigam a metodologia do Tesouro Nacional? Porque vamos seguir o Tesouro e não a metodologia do Estado, que nos desclassifica a todo momento e nos impede de ter melhor acesso aos empréstimos. Por exemplo, por que Goiás não aproveitou a oferta de empréstimo total de R$ 43 bilhões que o BNDES liberou para todos os Estados na área de segurança pública, que é com juro subsidiado? Exatamente porque não tinha essas condições. Eu questionei também à Caixa a contratação do banco para administrar a folha de pagamento sem ter feito nenhuma licitação. Houve apenas uma prorrogação. Isso eu interroguei a eles. Por que isso? Por que a Caixa ia oferecer algo que ela sabia que não podia entregar?

O sr. manteve uma imagem de serenidade, autocontrole e equilíbrio durante toda a campanha. Terminadas as eleições, eleito governador, o sr. volta ao normal ou vai continuar assim nesse estilo mais light? Como será o Caiado governador?

No decorrer do tempo a gente aprende também. Sabe o que é? Em campanha eleitoral, às vezes as pessoas dirigem a você para provocar e você imediatamente acha que aquele debate é entre você e o outro candidato, o que não é uma verdade. O debate é entre você e o cidadão, que está nos ouvindo e que está vivendo uma realidade catastrófica. É uma perda de foco. E de repente a ficha cai. Eu não tenho de estar discutindo com ele especificamente. Eu tenho de dizer o que eu posso fazer para o cidadão, que reclama que anda 500 quilômetros para fazer hemodiálise, que conta que todos os filhos estão no narcotráfico. Esse é o Goiás como é. A vida como ela é. O desentendimento, a cizânia ou a crítica de um em cima do outro, perdem a relevância total do projeto de debate. O cidadão pensa: “O que eu tenho a ver com isso dos dois? O que isso aí vai refletir na minha vida?” Então, o significado maior não é ficar polemizando. É falar: quais são seus argumentos? Perfeito, os seus podem prevalecer sobre o meu. Fora isso, aí entra questão ideológica, vira uma posição muito mais de radicalização e menos de apresentar saídas para os problemas. Eu quero ser governador de todos os goianos. Não terei a menor dificuldade de conviver com a oposição. Zero de dificuldade. A coisa que eu mais gosto, até pela minha formação, é do debate. Mas debater com argumentos, dados, com a realidade, com propostas. Agora o que nos cabe é buscar o funcionalismo público, o apoio popular, apoio na Assembleia. Ou então não se governa.

Em possíveis embates com a oposição, como será seu comportamento?

Vou ficar com argumentos, com meu conteúdo. Qual a dificuldade de eu ir à Assembleia? Zero. Só na Câmara eu vivi 25 anos.

A grande maioria dos prefeitos ficou com a base do governo. Como será sua relação com eles?

Eu não devo ter tido apoio nem de 5% dos prefeitos. Eu terei uma atitude totalmente republicana, com cumprimento de normas, das regras da liturgia da democracia, do cargo que ocupo. Vou receber os prefeitos e tenho outro compromisso: vou receber os vereadores. Pela primeira vez, o Palácio das Esmeraldas vai ter uma ala específica para que eu possa receber os vereadores. Cada prefeito não vai despachar comigo sozinho. Vai com os vereadores. Porque eles foram peça fundamental na campanha eleitoral por vocalizar este sentimento de mudança no Estado. Como eu também tenho uma vida legislativa, acho que nessa hora eles são capazes de fazer uma avaliação e acertar muito mais as demandas e os interesses do município do que ouvindo apenas o prefeito.

O sr. já disse que vai recriar a Secretaria da Cultura. Tem alguma outra estrutura que pensa em modificar?

Uma reforma administrativa é fundamental. Eu falei dessa secretaria que vou recriar porque precisamos valorizar essas vozes maiores representativas de Goiás, que têm uma força muito grande junto a toda a população. Ainda não sei de outras secretarias. Mas dentro do atual organograma, teremos mudanças substantivas em cada pasta. Por exemplo, dentro da Secretaria da Saúde, há um emaranhado que você não consegue decifrar. É um enigma. Não se sabe quem é quem e quanta gente tem para decidir sobre os mesmos temas. Então esse enxugamento é necessário para maior eficiência e condições de se cobrar resultado.

Por falar em enigma, o sr. tem um chamado Jorge Kajuru, eleito senador. O sr. já conseguiu decifrá-lo?

Ele me ligou me dizendo que estará ao nosso lado para ajudar a governabilidade. É um momento de uma política nacional muito efervescente e eu, como senador, sei a relevância de um senador. Para uma pessoa estudiosa, que se prepara para debater os grandes temas nacionais, não existe plenário melhor do que aquela Casa. Ali você tem dimensão nacional, passa a ser ouvido, desde que fale com conhecimento de causa. Eu acho que ele tem uma tarefa importante e um desafio enorme agora que é projetar Goiás cada vez mais nos grandes debates, com argumentos e cada vez mais com consistência para que Goiás continue sendo respeitado nas decisões políticas nacionais.

O deputado Daniel Vilela atribuiu ontem sua eleição não a propostas, mas à onda conservadora no País, à emoção. O que acha?

Eu sou um homem que tem a humildade de se curvar à decisão do povo. Eu não critico decisão do povo. Eu nunca me posicionei acima do povo. Quando a pessoa se pousa acima do povo, fica complicado para mim porque eu estou abaixo do povo. Eu não estou nesse patamar dele.

Se Marconi Perillo articular para ser conselheiro do Tribunal de Contas, como se especula, o sr. atuaria contra?

Você está me dando uma informação nova. Sinceramente, em uma opinião de um homem com 30 anos de vida pública, acho que cidadão não precisa buscar refúgio depois de um resultado eleitoral. Eu já perdi eleições, voltei para o meu consultório, fui operar em tempo integral, fui quitar meus compromissos e continuar minha vida como médico que sou. Eu acredito que não fica bem para nenhum político buscar um refúgio depois de uma resposta do eleitor. Acho que as pessoas têm que se submeter, como eu fiz, retornei às minhas atividades, ao meu dia a dia, fui trabalhar, operar. Acho que ele deverá continuar na advocacia dele, sem ter necessidade de recorrer a isso amanhã.

Quanto ao segundo turno para a Presidência da República, o sr. vai se posicionar agora?

Sim, lógico. Não existe uma campanha que você fique em uma posição de mais ou menos.

O sr. ficou sem posição no primeiro turno.

No primeiro turno, tudo bem. Agora tem o embate do segundo turno e o partido amanhã (terça-feira) vai se reunir e foi esse o entendimento que busquei com toda a executiva: de tomar uma decisão única porque não interessa cada um dar a sua opinião em seu Estado sem que haja posição partidária, que é muito mais forte, muito mais representativa. O impacto é outro.

Fonte: O Popular



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