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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Afastamento de Rodney revela SSP-GO dividida. Polícia Civil emite nota de apoio

O afastamento de Rodney Miranda do cargo máximo da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) revela uma pasta dividida entre vários grupos de servidores e militares que tentam alcançar postos de comando no órgão. Rodney pediu 15 dias de férias depois do vazamento de um áudio de Jorge Caiado, primo de Ronaldo Caiado (DEM), com acusações contra o titular da SSP-GO.

No áudio, Jorge Caiado diz que Rodney teria grampeado seu telefone de forma irregular e teria pegado R$ 1 milhão do Corpo de Bombeiros. Rodney negou as acusações e desafiou Jorge a provar o que estava dizendo no áudio. Um inquérito foi aberto para investigar as declarações do primo do governador e outro para apurar o vazamento do áudio.

O vazamento do áudio foi o estopim de situações de conflito que já vinham ocorrendo nos bastidores da SSP-GO. Rodney não era unanimidade dentro do órgão e nas últimas semanas, opositores vinham se movimentando em grupos de WhatsApp com acusações contra a gestão do secretário.

Nesta segunda-feira (8), três associações da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) e um sindicato de servidores do sistema prisional se posicionaram a favor do afastamento definitivo de Rodney Miranda da SSP e da escolha de um substituto, que não seja o delegado Alexandre Lourenço, secretário interino. O grupo indicou como substituto o secretário de governo Ernesto Roller ou o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), José Vitti.

Em contrapartida, a Polícia Civil de Goiás fez uma nota oficial em apoio oficial ao secretário de Segurança Pública em exercício, Alexandre Lourenço. “Profissional de conduta imparcial, técnica e proativa, cujos atributos dignificam sua indicação ao posto”, diz trecho de nota do órgão. Outros nomes, de coronéis da PM-GO e secretários do governo também são ventilados por grupos que compõem a SSP.

“Para nós, a mudança é um imperativo, não existe possibilidade de aceitar um retorno depois de um escândalo como este. Nós contamos com a escolha de um secretário em definitivo por parte do governo”, defendeu o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof), coronel Anésio Barbosa da Cruz.

Briga antiga

O afastamento de Rodney também reacendeu a velha briga entre a Polícia Civil e a Polícia Militar. As três entidades da PM-GO e o sindicato de servidores do sistema prisional são contrários à permanência do delegado Alexandre Lourenço no cargo de secretário de Segurança Pública. Eles interpretam que o delegado persegue os militares.

Isso porque, Lourenço foi responsável pela operação Resgate, em 2013, em Goianira, e pela operação Malavita, em 2015, em Anápolis. Em ambas, os alvos da investigação eram policiais militares. O deputado Major Araújo (PSL) divulgou um vídeo nesta segunda-feira criticando o secretário interino por conta dessas operações.

“Ninguém é contra uma investigação séria, que produz resultado. O que se questiona em relação a algumas dessas questões foram justamente os resultados que acabaram só trazendo transtorno e desmerecimento para profissionais”, defende o coronel Anésio, da Assof-GO. A reportagem entrou em contato com Alexandre Lourenço que preferiu não se manifestar sobre isso.

A divisão da SSP em grupos diferentes não é uma novidade. Em 2017, por exemplo, o então presidente da Assof-GO, tenente-coronel Alessandri da Rocha Almeida, coordenou manifestações em defesa do capitão Augusto Sampaio, que feriu gravemente um estudante com um cassetete durante um protesto no Centro de Goiânia.

Na época, a posição da associação foi vista como uma oposição ao então comandante-geral, coronel Divino Alves, que condenou as agressões sofridas pelo estudante e determinou a investigação da responsabilidade do caso.

Além disso, outros secretários que passaram pela Segurança Pública de Goiás foram alvos de críticas de grupos formados por militares e servidores, além de deputados estaduais que acabam representando essas críticas. No caso de Rodney, vários deputados se posicionaram na defesa de Jorge Caiado assim que o áudio foi divulgado na última quinta-feira (4). Em 2017, deputados atacavam o então secretário de Segurança Pública, Ricardo Balestreri por não atendê-los em reuniões.

Secretário é ouvido sobre acusações

O secretário de Segurança Pública afastado, Rodney Miranda, depôs na manhã desta segunda-feira na Polícia Civil para o inquérito que investiga as acusações feitas por Jorge Caiado, primo do governador Ronaldo Caiado (DEM), em um áudio de WhatsApp vazado e publicado na imprensa.

Titular interino da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), o delegado Alexandre Lourenço disse que não vai ter acesso ao conteúdo desta investigação. “Não tive acesso e procurei não ter acesso, até para que se tenha isenção e que possam fazer a investigação de modo bastante probo”, garantiu o secretário.

De acordo com Alexandre, não há intenção de promover mudanças na SSP-GO nos próximos dias, até o retorno de Rodney. “As diretrizes estão lançadas, propostas vão continuar a ser executadas. O que está dando certo vai continuar dando certo, a gente espera”, diz.

Apesar de as férias de Rodney serem só de 15 dias, em entrevista ao POPULAR ele garantiu que isso seria tempo suficiente para a investigação, já que, segundo ele, não há nenhum fundamento nas acusações.

Nos bastidores da SSP-GO há várias incertezas: se haveria condições políticas de Rodney retornar após as férias, se Jorge Caiado teria provas para apresentar e até se o primo do governador realmente teria interesse de levar a situação adiante.

Rodney marcou a Secretaria de Segurança com recordes de operações e apreensões de drogas e a continuidade da melhora dos índices criminais. O andamento da pasta era usado como propaganda oficial do governo do Estado, com o lema “Em Goiás, ou o bandido muda de profissão ou muda de Estado.”

Por outro lado, na gestão de Rodney houve queda na transparência, com a diminuição da quantidade de índices criminais divulgados, se tornando a única unidade da federação do Brasil que não divulga números de mortes pela polícia.

Também foi na gestão Rodney que deu-se início ao projeto encampado pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o Em Frente Brasil, que teve Goiânia como uma das cidades para o seu piloto.

A ideia do projeto, que contou com apoio da Força Nacional, era melhorar os índices de violência nas regiões Noroeste e Oeste de Goiânia.

Foto: Wildes Barbosa

Fonte: Jornal O Popular

Íntegra da Nota da Polícia Civil

A Polícia Civil de Goiás cumprimenta e presta seu apoio ao secretário de Segurança Pública, em exercício, Alexandre Lourenço, profissional de conduta imparcial, técnica e proativa, cujos atributos dignificam sua indicação ao posto. A Polícia Civil goiana se coloca a serviço da sociedade no combate à corrupção, aos crimes violentos, ao crime organizado e a todos aqueles que afligem a população do nosso estado. E ratifica seu compromisso com a sociedade goiana bem como sua independência funcional e o profissionalismo de suas ações.



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Nascida de um ideal de aproximação da família policial, revivida de esforços coletivos e abnegada dedicação, criou-se a Associação da Polícia Civil…

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