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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Casos de coronavírus avançam no Entorno e na região metropolitana de Goiânia

Desde que o decreto estadual de 19 de abril flexibilizou as medidas restritivas de atividades econômicas e sociais e as prefeituras seguiram ou até mesmo ampliaram o relaxamento, os números mostram que a velocidade do avanço do novo coronavírus (Sars-CoV-2) foi maior primeiro no Entorno do Distrito Federal e na região metropolitana de Goiânia (RMG) e agora, aparentemente, nas grandes cidades com indústrias de maior porte que também não mantiveram as restrições firmes.

Goiânia, que chegou a representar 61% dos casos confirmados de Covid-19 no Estado até o início de maio – quando a flexibilização ainda não demonstrava seus efeitos -, começou ver outras regiões avançarem mais rapidamente no total de notificações, sendo que já a partir de 29 de maio a capital abrangia pela primeira vez menos da metade dos registros em Goiás.

Ao mesmo tempo em que o Entorno do DF e a RMG tinham um aumento superior ao dobro do porcentual que tinham em 19 de abril. Enquanto o primeiro subiu de 6% do total de casos para 14%, os municípios em volta de Goiânia passaram de 7% para 16%. A partir de 3 de junho, entretanto, outro fenômeno fez Rio Verde, que sozinho representava em torno de 2% dos casos, crescer a ponto de ter mais casos do que todo o Entorno do DF. A cidade do Sudoeste goiano tem atualmente 23% das testagens positivas de Covid-19 em Goiás.

No mesmo período, dois fatores colaboraram para esta mudança no perfil dos casos no Estado: maior número de testes aplicados, seja pelas prefeituras, seja por Brasília (em relação aos moradores do Entorno); e a queda da taxa de isolamento, que em junho tem atingido porcentuais cada vez mais distantes no Estado em relação ao considerado ideal para reduzir o avanço do novo coronavírus: 50% ou mais.

Na semana passada, levando em conta apenas os dias úteis, Goiás atingiu a média semanal mais baixa desde o início da pandemia: 34,4%. E 4 de junho foi o pior dia desde março: 33,9%. Autoridades sanitárias e políticas, além de pesquisadores e epidemiologistas, apontam ser preciso mais da metade da população em isolamento para que a taxa de contágio do vírus fique em um nível administrável na rede pública de saúde.

Testagem

Em relação aos testes, Aparecida primeiro e Rio Verde depois, e em maior proporção, testaram mais. E os moradores do Entorno do DF passaram a fazer exames em Brasília, onde a política do governo mudou e ampliou o número de testes rápidos, buscando perfis mais variados. A maior parte dos que testaram positivo em Valparaíso e Planaltina, por exemplo, buscou o resultado na capital federal.

Em Aparecida, a prefeitura começou a custear com recursos próprios mais testes que os oferecidos pelo governo estadual, uma cota reduzida semanal além dos casos graves. Isso no fim de abril. Aparecida se tornou a terceira cidade a alcançar mais de mil casos confirmados.

Em Rio Verde, após a Vigilância Epidemiológica local notar um aumento na procura por atendimento de pessoas com suspeita de Covid-19 que trabalhavam nas indústrias locais, a prefeitura negociou e conseguiu com que as empresas financiassem e testassem seus funcionários. Foram mais de 15 mil aplicados entre 5 e 7 de junho e os resultados fizeram com que a cidade chegasse atualmente a 2.497 casos neste domingo (14) e mais de 7,1 mil ainda em investigação e em isolamento. Até o dia 31 de maio, eram apenas 102 moradores infectados.

Outra cidade que chama a atenção das autoridades sanitárias é Anápolis, cujo inquérito epidemiológico deu 9,9% da população contaminada pelo novo coronavírus. É um porcentual bem maior do que cidades como Goiânia, que ficou em torno de 1%, e Goianésia, que ficou em próximo de 1,4%. Importante ressaltar que o inquérito da capital foi feito no dia 30 de maio, enquanto as outras duas – cujos resultados devem ser divulgados oficialmente nesta semana – foram feitos mais recentemente.

Espalhamento

Na semana passada, com a confirmação de casos em Brazabrantes e Caldazinha, todos os 19 municípios que compõem a RMG (excluindo Goiânia) estão com notificações de Covid-19. Se em 19 de abril, eram apenas 26 casos em 10 destes municípios, sendo que 46% em Aparecida, agora são mais de 1,5 mil.

Aparecida continua tendo boa parcela destes casos, representando atualmente 70%, mas há cidades que também estão vivendo, proporcionalmente, uma escalada de casos. Isto acontece sejam eles maiores, como Senador Canedo e Trindade, sejam menores, como Hidrolândia e Inhumas. Esta última passou de apenas 7 casos em 3 de junho para 35 após 10 dias, segundo o boletim estadual.

Em Trindade, o aumento de casos causou uma discussão na semana passada entre o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o prefeito Jânio Darrot (PSDB), cada um falando em suas respectivas lives nas redes sociais. No dia 11, Caiado criticou o prefeito por ter flexibilizado as restrições na cidade sem que a rede municipal de saúde tenha leitos de UTI para atender casos graves de Covid-19 e citou números que Darrot rebateu.

O governador chegou a chamar o prefeito de “produtor de paciente grave”. No mesmo dia, o prefeito rebateu dizendo que Caiado foi leviano e desconhece a realidade de Trindade. Quando o decreto municipal que ampliou a flexibilização na cidade foi publicado, em 15 de maio, havia 22 casos confirmados por lá. Até o dia 13 de junho, subiu para 142. O Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin), da rede estadual, que ganhou 6 leitos de UTI para Covid-19 no dia 26 de maio, estava até a noite deste domingo (14) com 2 vagas disponíveis.

Já o Entorno viu a situação se agravar primeiro em Valparaíso de Goiás, a primeira a acelerar na flexibilização proposta pelo Estado em 19 de abril. Uma semana depois, a cidade já havia liberado shoppings, bares e academias. Estava então com apenas sete casos confirmados. Um mês depois, chegou a cem casos, sendo a primeira da região a atingir a marca. Na época, estava atrás apenas de Goiânia, Aparecida e Anápolis.

Agora, das 15 cidades com mais de 100 casos confirmados, 6 são do Entorno, com destaque para Águas Lindas e Luziânia, que viram a situação piorar em relação a Valparaíso.

Para chegar aos porcentuais que constam no gráfico desta reportagem, O POPULAR usou os dados de Goiânia e Rio Verde conforme os boletins municipais destas cidades e não o estadual, que sempre apresenta uma defasagem em relação ao total de testes positivos. A diferença entre os dados de Rio Verde, por exemplo, estava até o dia 13 em cerca de 2 mil. Por isso, na reportagem o Estado aparece com mais de 10 mil notificações, enquanto oficialmente, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), ainda estamos com 7.944.

Caso de Rio Verde põe autoridades em alerta

Os casos de Rio Verde e Anápolis fizeram as autoridades e profissionais de saúde envolvidos nas estratégias de combate ao novo coronavírus se preocuparem com a associação entre a flexibilização das atividades econômicas e a presença de grandes indústrias com concentração de funcionários.

As provas dessa relação estariam nos resultados dos testes em Rio Verde e do inquérito sorológico feito em Anápolis, conforme especialistas ouvidos pelo POPULAR comentaram. Um levantamento em Rio Verde antes dos testes já apontava uma taxa de mais de 5% da população contaminada, bem maior do que em outras cidades, como Goiânia e Goianésia.

A prefeitura de Rio Verde trata do resultado expressivo na cidade como consequência da maior movimentação das pessoas nas ruas, tanto que na semana passada fez uma campanha para que se atingisse o índice de isolamento social acima de 50%. Até antes dos casos darem um salto por lá, este porcentual estava abaixo de 40%, mas conseguiu, segundo o executivo municipal, chegar ao patamar desejado, o que impediu medidas mais drásticas.

Entretanto, com a confirmação do resultado do inquérito em Anápolis, as autoridades passaram a tratar a possibilidade de empresas com grande concentração de funcionários serem uma espécie de vetores dos casos do novo coronavírus. Conforme a reportagem apurou, foram detectados casos em que pessoas que testaram positivo se conheciam do local de trabalho.

A situação chamou a atenção de algumas prefeituras, como Mineiros e Chapadão do Céu, que já procuram as indústrias da região para, tal como Rio Verde, negociarem a aplicação dos testes em seus trabalhadores.

No entorno do Distrito Federal, prefeituras discutem junto ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) o alinhamento dos decretos municipais para ter um maior controle sobre o avanço da Covid-19 na região. Isto é tanto para lidar com a situação dos moradores que trabalham em Brasília como com o melhor aproveitamento dos leitos de enfermaria e UTI para Covid-19 recém-inaugurados em Águas Lindas e Luziânia. Este último, por exemplo, tem sido bastante ocupado por pacientes de Valparaíso.

Foto: Wildes Barbosa

Fonte: Jornal O Popular



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