O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fez ontem, durante cerimônia de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um discurso conciliatório, dizendo que governará em benefício de todos, “sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião”. Ele pediu o apoio de todos os brasileiros e exaltou o papel das redes sociais durante o processo eleitoral.

“As eleições de outubro revelaram uma realidade distinta das práticas do passado. O poder popular não precisa mais de intermediação, as novas tecnologias permitiram uma relação direta entre o eleitor e seus representantes”, completou.

Em discurso de cerca de dez minutos, Bolsonaro fez acenos à classe política, cumprimentando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o qual chamou de “companheiro”. O presidente eleito afirmou que seu “compromisso com a soberania do voto popular”.

“Em um momento de profundas incertezas em várias partes do globo, somos um exemplo de que a transformação pelo voto popular é possível. Esse processo é irreversível. Nosso compromisso com a soberania do voto popular é inquebrantável”, afirmou o presidente eleito.

Além de Bolsonaro, também recebeu o diploma da presidente da Corte Eleitoral, ministra Rosa Weber, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão (PRTB). Fora o presidente eleito, Rosa foi a única a discursar na cerimônia, em fala de defesa dos direitos humanos e proteção das minorias.

Bolsonaro chegou ao plenário do TSE sob os gritos de “mito”, prestou continência ao final do discurso e se emocionou durante o Hino Nacional. A cerimônia de diplomação de Bolsonaro e Mourão reuniu cerca de 500 pessoas, entre elas, os filhos, a esposa e ministros já anunciados, como o ex-juiz Sérgio Moro, que vai comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública; Paulo Guedes, futuro ministro da Economia, e parte da cúpula de militar que atua na transição.

Entre as autoridades presentes na cerimônia, estavam Maia, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux.

Como tem feito desde sua eleição em outubro, Bolsonaro adotou um tom de união. Em seu discurso, que terminou com a voz embargada, o presidente eleito agradeceu a família, e aqueles que “acreditaram e estiveram” com ele desde o início de sua trajetória, mas ressaltou que será presidente para os “210 milhões de brasileiros”. “Aos que não me apoiaram, peço confiança para construirmos um futuro melhor”.

“Governarei em benefício de todos, sem distinção de origem social, raça, sexo, cor, idade ou religião”, afirmou Bolsonaro.

Diferentemente do que fez na campanha, quando colocou em xeque o sistema eleitoral brasileiro, chegando a afirmar que temia por fraudes no resultado das urnas, o presidente eleito elogiou o processo eleitoral.

Ao se dirigir para a presidente do TSE e demais ministros da Corte, pediu que o trabalho coletivo durante o pleito “seja exemplo da união em prol do Brasil” a partir do próximo ano. Ele também parabenizou a “família da Justiça Eleitoral”, ao receber o diploma que oficializa sua vitória nas urnas e de seu vice, Hamilton Mourão.

Fonte: O Popular