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Doação de sangue de pessoas curadas se torna esperança para pacientes com Covid-19 em Goiás

A doação de sangue, procedimento já consolidado de apoio a feridos e pessoas acometidas de doenças diversas, passou a ser uma esperança também para pacientes internados com a Covid-19. A transfusão de plasma com anticorpos IgG, que atua no combate à doença, tem ganhado espaço como forma de tratamento em diversas partes do mundo, inclusive em Goiás.

O método, chamado de transfusão de plasma convalescente, consiste na utilização do sangue de pessoas que foram contaminadas pelo novo coronavírus e já se curaram da Covid-19, tendo desenvolvido anticorpos que combatam a doença. No corpo de pacientes ainda internados, os anticorpos estimulam seu sistema imunológico, melhorando sua resposta contra o processo inflamatório.

Em Goiás, um dos pacientes submetidos ao tratamento foi o professor Laerte Guimarães Ferreira Júnior, pró-reitor de pós-graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), que está internado em um hospital privado da capital com a Covid-19. Após uma campanha por doação feita pela família e pelo laboratório Hemolabor, que atende a unidade, ele recebeu uma transfusão na última segunda-feira (15), e a expectativa é que os resultados sejam observados nos próximos dias.

Resultados promissores

O hematologista Luís Henrique Ribeiro Gabriel, diretor técnico do Hemolabor, explica que a resposta do organismo à transfusão pode surgir 24 horas após o procedimento. De acordo com ele, nos hospitais atendidos por seu laboratório, 25 pacientes foram submetidos à técnica, e os resultados obtidos são promissores. “De todos os casos, 24 sararam. O que permaneceu mais tempo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ficou lá por cinco dias”, diz. Ele ressalta, porém, que os resultados serão divulgados como parte de um estudo e devem ser analisados de forma mais criteriosa, portanto não se pode determinar, por enquanto, o grau de eficácia da técnica.

Luís ressalta que o método ainda não está sendo utilizada em larga escala. “Por enquanto a aplicação é pontual, mas estão vendo o sucesso e tem muita gente querendo fazer. Tive consultas de vários representantes de hospitais querendo saber o protocolo”, diz.

Critérios e indicações

Para receberem a transfusão, os pacientes dependem da solicitação feita por um médico infectologista ou intensivista que acompanhe seu caso. Segundo Luís, o principal critério para a indicação tem sido a piora do quadro, e não necessariamente sua gravidade. “Já aconteceu de um paciente começar a piorar e fazer a transfusão antes dele ser entubado”, pontua.

Já para fazer a doação, não basta o interessado ter se curado da Covid-19. Há uma série de critérios e exigências, inclusive mais rígidos que para a doação de sangue comum.

Em primeiro lugar, o candidato deve apresentar dois resultados de exames RT-TCR-COVID-19, que indicam a contaminação pelo novo coronavírus. Um deles deve dar positivo para a doença, e o outro, mais recente, negativo.

De acordo com Luís, para o tratamento da Covid-19, é necessário que o doador tenha mais de 65 kg, ter entre 18 e 60 anos e uma veia com calibre suficiente para aceitar o fluxo da doação. Não pode tomar medicação, nem ter passado por transfusão de sangue e cirurgia recente, ou ter feito tatuagem nos últimos meses. No caso das mulheres, também só podem doar as que não tiveram filhos.

Cumpridos os critérios, o candidato a doador deve passar, também, por um exame sorológico completo, que averígua a presença de doenças como aids, sífilis e hepatite. O resultado sai em até 48 horas e, estando tudo certo, o doador já está pronto para o procedimento.

Se na captação convencional de sangue são retirados cerca de 400 ml do doador, no tratamento para Covid1-9 são 600 ml – daí os critérios mais rígidos para peso e idade. Também de forma diferente do procedimento comum, em que cada bolsa de sangue pode ajudar a salvar a vida de até quatro pessoas, no caso do tratamento contra o vírus cada doação é direcionada para um único paciente.

Luís ressalta que quanto antes o ex-contaminado realizar a doação após a cura, melhor. “O anticorpo IgG, que combate o novo coronavírus, é produzido a partir do 10º dia da contaminação. O pico de produção acontece por volta do 14º, 15º dia”, afirma.

Pouca adesão

Para fazer a doação no Hemolabor, os interessados deverão entrar em contato com o laboratório pelo telefone (62) 3605-6600. Além de Laerte, há outros pacientes à espera de uma transfusão.

Luís lamenta que a dificuldade que tem tido de encontrar doadores. “Não tem muita procura. O pessoal não gosta de doar sangue. Em muitos casos eu mesmo vou atrás das pessoas pessoalmente, mas elas não querem. Mobilizam muito, mas na hora da verdade tem medo”, diz.

Por isso, o diretor técnico afirma depender do auxílio de clínicos-gerais, para que façam o direcionamento para a doação. “É importante que o médico sensibilize o paciente que se curou para ajudar no tratamento de outros”, pontua.

Caso na Justiça

A doação de sangue também se tornou o recurso para a salvação de um paciente com suspeita de Covid-19 em Goiás, mas por outro motivo. O homem está internado em coma em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 19 de maio com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com suspeita de infecção por Covid-19, e teve a transfusão de sangue prescrita por conta de um quadro de anemia que poderia levá-lo à óbito. A família, porém, negou por motivos religiosos.

O caso foi parar na Justiça e o juiz Sandro Cássio de Melo Fagundes, da 28ª Vara Cível da comarca de Goiânia, autorizou que ele fosse submetido ao procedimento. Na decisão, o magistrado ressaltou que apesar o direito à liberdade religiosa existir e ser resguardado pela Constituição Federal, ele não é absoluto e esbarra em outros direitos como o direito à vida e à saúde. Além disso, Sandro Cássio explicou que o homem está em coma e por isso não está consciente o suficiente para decidir se as crenças religiosas dele devem prevalecer em detrimento do risco de vida.

A reportagem não conseguiu localizar a assessoria de imprensa do hospital particular para comentar o assunto.

Foto: Divulgação

Fonte: Jornal O Popular



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