Sem ajuda do governo federal, o Estado de Goiás pode não conseguir pagar o salário dos servidores no mês de junho. É o que afirma a secretária da Economia do Estado, Cristiane Schmidt. “Acho que conseguiremos fechar a folha de maio sem o dinheiro da União. Estou torcendo para a queda não ser tão drástica neste mês”, diz.
A arrecadação do Estado caiu 14% no mês de abril e registrou queda de 16% nos primeiros 15 dias de maio, em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados publicados pela pasta. A crise foi provocada por medidas adotadas pelo Estado para enfrentar a pandemia de Covid-19, como prorrogação de prazos para o pagamento de impostos e aumento nos gastos com Saúde. Com mais pessoas em casa e a proibição de funcionamento de determinadas atividades econômicas (como o varejo de vestuário), a arrecadação de ICMS caiu.
O Congresso Nacional aprovou no dia 6 de maio o projeto de socorro a Estados e municípios por causa da crise provocada pela pandemia. O texto prevê ajuda financeira de R$ 60 bilhões para os entes subnacionais e aguarda sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). O Estado de Goiás deve receber quatro parcelas de R$ 285 milhões.
“O orçamento de Goiás é muito apertado e o Estado tem desequilíbrio fiscal. É uma situação extremamente complicada. Preciso da ajuda federal. Outros Estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul já falaram que não conseguem pagar a folha neste mês”, diz. Cristiane afirma que o Estado estava indo bem na trajetória de ajuste financeiro, registrando aumento de arrecadação em relação ao ano de 2019. Segundo ela, diante do choque atípico provocado pela pandemia, é imprescindível a colaboração da União. “Não se trata de farra fiscal, os Estados estão tentando sobreviver”.
Bolsonaro marcou reunião por videoconferência com governadores na quinta-feira (21), às 10h. A expectativa é que a liberação do socorro federal seja definida na data.
Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Fonte: Jornal O Popular