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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Famílias com bebês trocados em Trindade vão viver na mesma casa até sair resultado de DNA

As duas famílias que prestaram depoimento à Polícia Civil no sábado (27) com queixa de troca dos filhos nascidos no Hospital de Urgência de Trindade (Hutrin) decidiram morar juntas até que saia o resultado de teste de DNA confirmando se a troca foi entre os bebês que atualmente estão sobre suas tutelas. O material foi coletado nesta segunda-feira (29). A resposta é aguardada para até o meio da tarde desta quarta-feira (31).

Até lá, foi acordado que todos envolvidos ficarão na casa de Genésio Vieira de Souza e mulher, Pauliana Maciel, em Trindade. Genésio é o pai que inicialmente suspeitou da não semelhança do filho com sua família. No caso deles, um teste de DNA feito por conta própria comprovou que o bebê, com quem estão desde que ele nasceu, dia 9 de julho, não é filho biológico do casal. Esse resultado saiu na sexta-feira (26), quando, segundo o advogado Alaor Mendanha, eles procuraram imediatamente o Hutrin e, posteriormente, à polícia.

Segundo Genésio, a partir da hora que ele e Pauliana pegaram o resultado do teste de DNA, ele decidiu entrar em contato com a estudante Aline de Fátima Alves, que ficou no mesmo quarto do hospital que sua mulher. A estudante emprestou o celular para Pauliana ligar para Genésio quando recebeu alta. “Perguntei para a Aline se ela não estava vendo algo de errado com o bebê dela. Ela falou que não”.

Depois Genésio diz que explicou para ela a situação. “Que a gente estava com um bebê que não era da gente e se teria a possibilidade de ser dela”. Nesse momento ele conta que Aline falou: ‘nossa, a diferença que eu senti demais é que ele é moreninho e eu mais meu marido somos branquinhos”. Genésio diz que nesse momento já suspeitou que os bebês deles estavam trocados. “A gente já trocou fotos de celular um com outro e foi onde começou toda a ligação das famílias.”

Marido de Aline, o assistente de faturamento Murillo Marquez Praxedes Lobo, diz que chegou a ter alguma dúvida, mas nunca nem havia comentado. “Eu procurei muitas características para ver se ele (o bebê) parecia comigo, mas nada… Aí todo mundo falava que ele parecia com meu pai.”

Acordo

A titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Trindade, Renata Vieira, que assumiu as investigações sobre o caso, disse que havia a possibilidade da troca ser feita ainda nesta segunda-feira. “Não temos dúvidas de que foi apenas um caso pontual e que se realmente trata de uma troca ali apenas entre esses dois casais”, afirmou.

Segundo ela, como as famílias não quiseram fazer a troca ainda nesta segunda-feira, foi sugerido que elas ficassem juntas até o resultado do exame de DNA. “Até para as mães fazerem os vínculos com as crianças certas”. Psicóloga da Polícia Civil acompanhou a conversa, que teve ainda a presença de representante do Conselho Tutelar. A delegada explica que ambas famílias concordaram e Genésio colocou sua casa, onde mora com a mulher e outros três filhos, além do bebê, à disposição.

Murillo e a mulher Aline, pais do outro bebê, aceitaram e, ainda nesta segunda-feira, conforme Murillo, buscariam o que fossem precisar em casa, em Santa Bárbara de Goiás para irem para a residência de Genésio e Pauliana, em Trindade. “Achamos melhor para as mães não sofrerem tanto”, disse sobre o acordo da mudança no lugar da troca dos bebês nesta segunda-feira. “Agora a gente vai ter que conviver muito, para sempre”, afirmou o assistente.

Genésio também disse que a decisão levou em conta o sentimento das mães. “Para as esposas da gente não sofrerem mais danos psicológico”, falou completando que a casa era grande e que daria para acolher todos.

Ele ainda acrescentou que, por mais que “os olhos” estejam mostrando a possibilidade da troca ter sido entre os filhos das duas famílias, só vão ter certeza depois que pegarem o resultado do DNA feito nesta segunda-feira. Aline, Murillo e o bebê que estão com eles não chegaram fazer o teste anteriormente, apenas o sob a responsabilidade do Hutrin, coletado nesta segunda-feira.

Tentativa de regularização

A delegada Renata Vieira explica que a tentativa de realizar a troca dos recém-nascidos ainda nesta segunda-feira visava regularizar a situação de um dos bebês. “Existe um casal que está com uma criança em que o exame do DNA prova que eles não são os pais dela”, cita. Ela informa que esta foi a razão de acionarem o Conselho Tutelar, “porque essa criança está com esse casal de forma irregular.” Segundo ela, legalmente teriam que retirar esse bebê do casal que já fez o DNA e colocá-lo numa casa abrigo. “Seria mais traumático ainda pro casal”. Ela informa ter entrado em contato com o Poder Judiciário. “Nos foi informalmente autorizado que nós pudéssemos efetuar essa troca, mediante termo de responsabilidade. “A decisão dos pais, porém, foi prorrogar a troca e aceitar a sugestão de ficarem na mesma casa. “Porque as mães vão conviver mais com as crianças. De uma elas vão se despedindo e da outra elas vão criando vínculo.”

3 perguntas para André Fernandes

Titular da 16ª Delegacia Regional de Trindade, foi ele quem começou a cuidar do caso envolvendo a troca dos bebês no Hutrin e fala sobre o inquérito em curso

1 – Como será a investigação?
Desde o primeiro momento a investigação gira em torno da identificação errônea entre pais e os recém-nascidos. A infração penal prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente criminaliza essa conduta da identificação errônea. Então o inquérito policial se resume a essa situação que gera, consequentemente, a troca de bebês. O delito, o crime é quando há essa identificação de forma incorreta.

2- Existe já algum elemento, alguma prova do que pode ter provocado esse erro?</MC>
Com certeza. Temos as declarações das famílias colhidas já. A dra. Renata (Vieira, delegada da DPCA) também está dando continuidade nessa investigação. As famílias relatam a questão da pulseira, que a qualidade não era tão boa, tanto é que soltaram, e além da pulseira a identificação nominal das mães estava também trocada. Esse momento do banho (dos bebês) é que foi relatado como o momento que houve a troca das identificações. Mas isso está sendo tudo apurado.

3- E a responsabilidade recai sobre os profissionais?
Exatamente. A responsabilidade cairá diretamente sobre aqueles profissionais que têm a incumbência desse processo de identificação (no hospital).

Foto: Douglas Schinatto

Fonte: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/fam%C3%ADlias-com-beb%C3%AAs-trocados-em-trindade-v%C3%A3o-viver-na-mesma-casa-at%C3%A9-sair-resultado-de-dna-1.1852659



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Nascida de um ideal de aproximação da família policial, revivida de esforços coletivos e abnegada dedicação, criou-se a Associação da Polícia Civil…

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