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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Governo de Goiás adota isolamento intermitente

Diante de previsão de colapso no sistema de saúde em Goiás em duas semanas, feita pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o governador Ronaldo Caiado (DEM) reeditou o decreto de março, com fechamento de atividades não essenciais no Estado, por 14 dias, a partir de hoje. A intenção é criar o isolamento intermitente, alternando abertura e fechamento pelo mesmo período, em atendimento à recomendação do grupo técnico da UFG que monitora evolução do coronavírus em Goiás.

O decreto vale para todo o Estado, mas a adesão caberá a cada prefeito, sob argumento de que o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu que é responsabilidade dos municípios e dos Estados definir as regras de enfrentamento ao coronavírus. No entendimento do governo, para não seguir o decreto estadual, cada prefeito terá de editar normas específicas para o município, que terão de ser justificadas com notas técnicas da área de saúde.

O decreto de março determinou o fechamento do comércio, feiras, shoppings, igrejas, consultórios odontológicos e eventos esportivos. Na edição atual, divulgada ontem às 22h22, após 14 dias, restaurantes poderão reabrir, mas, além de protocolos específicos, deverão observar a lotação máxima de 50% de suas capacidades de acomodação.(Veja quadro nas páginas 6 e 7)

O governador afirmou que o objetivo é alcançar 55% de isolamento social. O Estado registra hoje 35,3% em média em dias úteis. Questionado sobre as pequenas chances de haver adesão por parte da maioria dos prefeitos, Caiado disse que “nunca é tarde para insistir” e que é momento de analisar quem está apresentando “argumentos populistas ou egoístas”.

A Prefeitura de Goiânia, que intensificou as flexibilizações nas últimas semanas e previa permitir a reabertura das lojas da região da 44 nesta terça-feira, informou que seguirá as regras defendidas por Caiado.

“Já pensou o quanto esses dados (de contaminados e mortos e das projeções) devem estar provocando dor de consciência enorme em alguns? Eu sou insistente. Vou convocá-los novamente”, afirmou, em referência a prefeitos e empresários favoráveis às flexibilizações mais intensas.

Em videoconferência com os representantes dos municípios, do setor empresarial e de poderes e órgãos autônomos do Estado, na manhã de ontem, o governador pediu que os técnicos da UFG apresentassem resultados preliminares da quarta nota técnica que será lançada pelo grupo. No documento, a universidade indicará que, se o Estado mantiver o mesmo índice de isolamento atual (menos de 35%), poderá chegar a 18 mil mortes no final de setembro.

O professor e pesquisador Thiago Rangel, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG, disse que, com a proposta de fechamento alternado de 14 dias mais a implantação de estratégia de rastreamento de portadores da doença, é possível reduzir em 10,28 mil o número de mortos até o fim de setembro. “Deixar como está é inaceitável e imoral. Não é uma opção”, afirmou.

Para o rastreamento, é necessário elevar a testagem e garantir de forma mais rápida o isolamento por dez dias de pessoas infectadas e daqueles com os quais convivem. Para viabilizar o rastreamento, serão necessários, segundo Thiago Rangel, dois mil monitores. Caiado defendeu que empregadores e prefeitos adquiram testes PCR para realizar exames semanalmente. Mais tarde, disse que os técnicos da Saúde vão recomendar a periodicidade mais adequada. Pediu também que prefeitos utilizem verbas federais para ampliar a testagem.

Thiago afirmou que, se houvesse um lockdown (fechamento total, inclusive com restrições para que as pessoas circulem nas ruas) por três meses, o número de mortos cairia para 4 mil, segundo as projeções do grupo. No entanto, ele entende que não haveria adesão da população e forte impacto socioeconômico. Assim, o isolamento intermitente seria um meio termo entre fechamento total e a flexibilização excessiva da maioria das cidades goianas.

Caiado afirmou que colocará à disposição dos prefeitos o efetivo das forças policiais para assegurar o cumprimento da quarentena intermitente. Defendeu um “sistema de mutirão”, com participação de todos os Poderes, gestores e empresários para evitar mortes.

Ao participar da videoconferência, o secretário estadual da Saúde, Ismael Alexandrino, disse que não há a menor possibilidade de o Estado alcançar 2 mil leitos de UTI porque faltam equipamentos, medicamentos e pessoal para atuar nas unidades. Esta é a demanda que a UFG aponta como necessária até o final de julho se o isolamento se mantiver baixo. Em 15 dias, será necessário o dobro do número de leitos demandado atualmente, daí a UFG falar em possibilidade de colapso do sistema de saúde. A previsão do secretário é chegar a 600 leitos, afirmando ser o dobro do que tinha antes do início das medidas de enfrentamento à pandemia.

Ismael também informou o cancelamento de cirurgias eletivas, nos sistemas público e privado, para economizar medicamentos necessários às internações por Covid-19.

Ao final da videoconferências, representantes de Poderes e órgãos autônomos disseram ser importante a iniciativa da quarentena intermitente.

Calibragem

O grupo de estudo da UFG alterou a projeção de casos e mortes por coronavírus para o final de julho em Goiás, reduzindo em mais de 2,2 mil a previsão de óbitos para o próximo mês. Em nota técnica emitida no final de maio, os técnicos afirmavam que, se mantido o baixo isolamento social, o Estado teria pelo menos 5.360 mortes até 31 de julho. Agora a projeção é de 3.101, mas chegando a 18.000 no fim de setembro.

Thiago Rangel afirmou que houve “calibragem” por conta do segundo inquérito populacional realizado em Goiânia, que mostrou que apenas 2% da população teve contato com o vírus. Na nota técnica anterior, só havia o primeiro inquérito, com prevalência de 0,7%. “Na nota técnica 3, o modelo estava rápido demais em número de infectados, portanto a letalidade estava baixa. O segundo inquérito mostrou baixo contato e número de mortos maior. A curva de óbitos continua igual, mas com menos pessoas infectadas. Ou seja, a letalidade da doença sobe, mas em prazo maior”, diz o professor.

Ele também afirma que, pelo número de infectados ser menor do que a suposição anterior, há mais pessoas suscetíveis do que se considerava na nota técnica 3. “O pico é muito mais alto porque tem mais gente para ser infectada ao longo do tempo”, diz.

Bolsonaro

Apesar do tom forte de críticas a prefeitos e empresários que defendem flexibilização, o governador minimizou o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que novamente esteve em Goiás (em distrito de Ipameri) no fim de semana e conversou de perto com moradores, sem máscara. “É um detalhe. Tem muito deputado, muito prefeito, muito presidente de entidade que se comporta assim. Não é apenas uma figura. Eu tenho de tomar atitudes que sejam consequentes para salvar vidas. Não essa coisa de tititi”, disse.

Fonte/Foto: Jornal O Popular



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