A Polícia Civil tem 15 dias para concluir o inquérito sobre o falso sequestro de Herlândia Nunes Rodrigues, de 26 anos, ocorrido dentro da casa dela no último dia 8 em Rio Verde, Região Sul do Estado. O crime foi transmitido em tempo real pelo perfil da mulher no Facebook. Segundo o delegado Danilo Fabiano Carvalho de Oliveira, durante a apuração, os policiais coletaram provas de que a mulher planejou tudo. “Está claro que ela forjou tudo isso”, pontou.
O investigador contou que, além das provas, o sequestrador Matheus Campos Oliveira, de 21 anos, contou em depoimento que Herlândia o chamou para participar do crime e teria prometido dar a ele metade do valor do resgate de R$ 100 mil, que ela pretendia pedir.
Matheus falou ainda que foi Herlândia quem comprou a arma utilizada no crime e que no dia do sequestro eles teriam se encontrado horas antes. Imagens mostram o rapaz entrando no carro da mulher. Herlândia, de acordo com o delegado, continua afirmando que foi vítima de um sequestro. A mulher assumiu que comprou a arma e que contratou o homem para dar um susto em uma menina que estaria falando que ela e o pai seriam traficantes. O delegado não acredita na versão apresentada por Herlândia.
Danilo relatou ainda que, de acordo com Matheus, o sequestro deveria durar até o dia seguinte e a imprensa deveria ser chamada, mas em determinado momento ele ficou com medo e desistiu do plano. No momento da rendição, ele deveria deixar a arma sobre o sofá e em seguida se entregar. Nesta hora, de acordo com as investigações, Herlândia pegou o revólver e atirou contra a cabeça do rapaz. “A prova técnica mostrou que ela atirou na cabeça dele para matá-lo e com isso não teríamos mais a única prova para esclarecer o crime”, afirmou.
O delegado explicou que as investigações continuam, mas está bem claro que Herlândia planejou todo o crime com o intuito de aparecer, atrair publicidade e se passar por vítima. “Se ele tivesse morrido, ela sairia como vítima e ainda teria uma certa repercussão”, finalizou o delegado.
A reportagem tentou contato com a defesa de Herlândia na tarde desta segunda-feira (15), mas as ligações caíram direto na caixa de mensagens. À noite, advogada da mulher, Wdineia Oliveira, afirmou que só vai se pronunciar após a conclusão do inquérito.
Medida
Herlândia possui registro de atos infracionais, segundo o delegado Danilo Fabiano Carvalho de Oliveira.
Em janeiro de 2010, ela foi condenada como coautora da morte do cunhado João Paulo Barbosa de Magalhães e cumpriu medida socioeducativa em liberdade assistida por oito meses. De acordo com a sentença, o laudo do exame cadavérico da vítima apontou que Herlândia e a irmã envenenaram o homem com veneno.
Já em 2016, ela acionou a polícia e informou que tinha sido sequestrada por duas pessoas e deixada em uma estrada vicinal. A dupla teria levado 200 reais. No entanto, quando os policiais chegaram ao local só encontraram Herlândia.
Fonte/foto: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/inqu%C3%A9rito-sobre-falso-sequestro-em-rio-verde-deve-ser-conclu%C3%ADdo-em-15-dias-1.1777196