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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Investigação de Rodney fica com PGJ por causa de foro privilegiado

A Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), órgão de direção superior do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), vai ser responsável pela investigação das acusações feitas ao secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda. Em paralelo, dois inquéritos estão em andamento na Polícia Civil para apurar as acusações e o vazamento do áudio do policial federal aposentado Jorge Caiado, primo do governador Ronaldo Caiado (DEM).

Na gravação, divulgada pelo POPULAR na última quinta-feira (4), Jorjão, como é conhecido, diz que Rodney o teria grampeado o telefone dele e que “pegou dinheiro do governo, R$ 1 milhão do bombeiro”. O titular da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) nega as acusações e desafia Jorge a mostrar provas. O primo do governador ainda não se pronunciou sobre o caso.

Como Rodney continua com o cargo de secretário, ele tem foro privilegiado e o inquérito do MP-GO contra ele será presidido pelo procurador-geral de Justiça, Aylton Flávio Vechi. No entanto, ele poderá delegar funções para outros promotores. Existe a expectativa que promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) atuem no caso.

Rodney disse em entrevista para o POPULAR nesta segunda-feira (8) que chegou a pensar em deixar a secretaria, mas decidiu continuar por conta da confiança do governador e por não ter culpa do que é acusado no áudio. Ele está afastado de férias por 15 dias até que se conclua as investigações.

Na Polícia Civil, as acusações do áudio serão investigadas pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), onde Rodney depôs na manhã de segunda-feira. Titular da Draco, o delegado Fábio Meireles Vieira, informou que até o momento apenas o secretário prestou esclarecimentos, mas que mais pessoas devem ser ouvidas nos próximos dias.

Ao ser questionado se daria tempo de concluir a investigação em 15 dias, tempo das férias de Rodney, Meireles Vieira preferiu não definir um período. “Vai depender do desenrolar da investigação. Difícil prever o prazo. Vamos obter resultado o quanto antes”, afirmou. Em entrevista ao POPULAR, Rodney afirmou que não tinha dúvida de que daria tempo de o inquérito ser concluído, já que as acusações são sem fundamento.

O delegado também foi questionado se existe a possibilidade de ser feita uma auditoria nos equipamentos de interceptação telefônica da SSP-GO para apurar supostos grampos ilegais. Meireles se limitou a dizer que as diligências necessárias serão feitas, mas que ainda está em uma primeira fase das oitivas. Duas fontes que já tiveram cargos de relevância dentro da secretaria afirmaram para a reportagem que esses equipamentos são passíveis de auditoria.

Pistas

Uma interceptação telefônica só pode ocorrer de forma legal se amparada por uma decisão judicial. No entanto, equipamentos oficiais do Estado têm capacidade para fazer interceptação de qualquer número. Também é possível grampear utilizando equipamentos paralelos, muito usados por detetives particulares. Outra maneira, é inserindo números telefônicos, sem relação com o processo, em pedidos enviados ao juiz. Esse último método é chamado de “grampo casado”.

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) será responsável pelo inquérito que vai apurar o vazamento do áudio, enviado originalmente apenas de Jorge Caiado para Rodney Miranda. A reportagem tentou contato com a delegada titular da DERCC, Sabrina Leles Lima Miranda, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

Gravação

O áudio de Jorge Caiado começou a circular em grupos de WhatsApp desde pelo menos quinta-feira, quando foi publicada reportagem no POPULAR sobre o conteúdo. Na gravação, ele xinga Rodney de vários termos e faz acusações contra ele.

“Não vem querer grampear telefone meu, não sou bandido, sou homem de respeito”, diz em trecho do áudio. “Você tá (sic) querendo explodir o governo do Ronaldo Caiado, entendeu? Não admito, não aceito. Você fica levando todo mundo na conversa, no 171, que você um 171”, ataca em outro trecho. “Você que pegou dinheiro do governo aí, um milhão de reais aí dos bombeiros”, acusa em uma parte da gravação.

Ainda no áudio, Jorjão diz que Rodney “quer explodir o pessoal nosso todinho da minha confiança” e chama ele para um encontro pessoal.

Entidades publicaram apoio a secretário interino 

Pelo menos duas entidades da Polícia Civil fizeram algum tipo de manifestação de apoio ao delegado Alexandre Lourenço, secretário interino de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). Na última segunda-feira (8), três associações de policiais militares e uma de agentes penitenciários defenderam a saída definitiva de Rodney Miranda e sua substituição por outro nome, que não seja Alexandre.

O Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol) divulgou um banner virtual com a imagem de Alexandre desejando sorte para ele como interino da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). A escrivã Wânia Cris, presidente do Sinpol diz que espera que o novo secretário, independente de quem seja, tenha tranquilidade para ouvir as demandas da categoria. A entidade alega que tenta uma reunião com o secretário de Segurança desde o ano passado, sem sucesso.

Já a União Goiana dos Policiais Civis (UGOPOCI) publicou em seu site a íntegra da nota oficial da Polícia Civil em apoio a Alexandre Lourenço, que, segundo o texto da nota, tem “conduta imparcial, técnica e proativa, cujos atributos dignificam sua indicação ao posto.”

O nome de Alexandre tem resistência entre as entidades de policiais militares por conta de operações que coordenou em os alvos da investigação eram PMs. No entanto, a briga entre policiais civis e militares é antiga.

Fonte ouvida pela reportagem que já teve posição de destaque dentro da SSP-GO afirma que é comum a resistência de militares quando o secretário é da polícia civil e vice-versa. Além disso, também haveria resistência quando o secretário veio de outro Estado ou é Policial Federal (PF), caso de Rodney, ex-PF. “Quando tem muita briga, acabam escolhendo um terceiro, como um político forte, para apaziguar”, avalia a fonte.

Foto: Wildes Barbosa

Fonte: Jornal O Popular



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Nascida de um ideal de aproximação da família policial, revivida de esforços coletivos e abnegada dedicação, criou-se a Associação da Polícia Civil…

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