O médium João Teixeira de Faria, de 76 anos, conhecido como João de Deus, respondeu a todas as perguntas feitas pelos delegados da Polícia Civil do Estado de Goiás (PC-GO) sobre os 15 inquéritos sobre os quais a Justiça expediu o mandado de prisão contra ele, na manhã de sexta-feira (14). João se entregou às autoridades por volta das 16 horas deste domingo (16) e prestou depoimento entre 17 horas e 22 horas, quando saiu da Delegacia Especial de Investigações Criminais (DEIC) e foi para o Instituto Médico Legal (IML), passou por exame de corpo delito e foi levado ao Núcleo de Custódia, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

O delegado-geral da PCGO, André Fernandes, conta que o interrogatório foi longo, mas “a estratégia de perguntas estava montada, o caso foi muito bem estudado pela força-tarefa”. “Ele respondeu a todas as indagações feitas. Foi um interrogatório de sete páginas, bem detalhado e agora as investigações continuam”, diz. Fernandes explica que o conteúdo é sigiloso, mas que João de Deus, em linhas gerais, explica a versão dele sobre os fatos mas nega as acusações de práticas de abuso sexual. “Cada caso foi questionado separadamente, são vários inquéritos e tudo foi questionado.”

Perguntado se o médium lembrava de cada uma das 15 mulheres que denunciaram a prática dos abusos sexuais que compõem os inquéritos, o delegado afirmou que sim. “Lembra das pessoas, explica como aconteceu, como foi. Apresenta sua versão”, resume Fernandes. João também foi questionado sobre o atendimento isolado à mulheres. “Ele narra essa situação dos atendimentos isolados, mas não quero entrar nessa situação porque vai atrapalhar a sequência dos fatos. Mas ele não confirma isso”, relata o delegado.

André Fernandes conta que os 15 casos sobre os quais João de Deus foi questionado são recentes, sendo o último de agosto deste ano, que seguem um padrão de comportamento. Agora, a PC vai comparar o que foi dito no interrogatório com as provas, verificar se há alguma dúvida no depoimento e também “outras circunstâncias que estão surgindo”. A previsão é que estes 15 primeiros inquéritos sejam finalizados e remetidos ao Poder Judiciário nos próximos 15 dias.

Fonte: O Popular