O juiz substituto da 11ª Vara Federal Rafael Ângelo Slomp decidiu na noite desta terça-feira (2) manter a prisão de quatro detidos da Operação Cash Delivery. Jayme Rincón, ex-coordenador de campanha do governador José Eliton (PSDB) e presidente licenciado da Agência Goiana de Obras (Agetop), teve sua prisão temporária convertida em preventiva, assim como o policial militar e motorista de Jayme, Márcio Garcia de Moura, que será transferido para uma unidade do Exército em Goiânia. Eles não têm data para soltura.

Rodrigo Godoi Rincón, filho do presidente da Agetop, e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior tiveram suas prisões prorrogadas por mais cinco dias. Já o advogado Pablo Rogério Oliveira foi beneficiado com uma ordem de soltura.

Na decisão, o juiz ainda autoriza o compartilhamento das provas produzidas durante a investigação e também a ampliação do pedido de quebra de sigilo fiscal dos investigados, para estendê-lo às Declarações de Regularização Cambial e Tributária (DCART), utilizadas para repatriar bens e recursos não declarados mantidos no exterior.

O juiz diz que defere o levantamento do sigilo dos autos pelo fato de que a defesa já teve acesso ao seu conteúdo e as buscas e apreensões já foram realizadas. Se mantêm em sigilo, portanto, apenas, os dados bancários e fiscais dos investigados.

Prisões

Os cinco investigados foram detidos na sexta-feira (28) quando foi deflagrada a Operação Cash Delivery da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO). As prisões foram efetuadas como parte da investigação de repasses de cerca de R$ 13 milhões da empreiteira Odebrecht para as campanhas eleitorais de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás em 2010 e 2014.

Durante o cumprimento de mandados, foram encontrados cerca de 79 mil reais, 2,4 mil euros, 80 libras esterlinas, 101 dólares e 15 pesos argentinos na casa de Jayme Rincón. Com Márcio, motorista dele, estavam outros R$ 940.260,00 em notas de 50 e 100 reais, guardadas em caixas de papelão.

De acordo com o MPF-GO, os indícios até então colhidos apontam que o ex-governador era o chefe do grupo. Jayme Rincón atuou como seu braço direito, mantendo contato com os executivos da Odebrecht e coordenando as atividades dos demais investigados, que tinham a função de buscar o dinheiro em São Paulo e trazê-lo de avião a Goiânia, atuando assim como uma espécie de preposto.

Fonte: O Popular