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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Maior presídio de Goiás tinha refinaria de drogas

Foto: Divulgação

A notícia de que presos estariam refinando drogas dentro da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), unidade do complexo prisional de Aparecida de Goiânia, chocou os goianos no fim de semana. No maior presídio de Goiás foram encontradas substâncias suficientes para produzir seis quilos de entorpecentes, que seriam comercializados no interior da unidade. Desde março, dentro das medidas de isolamento social, familiares e advogados de presos não têm acesso ao local. Em nota, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) confirmou que foram identificados dois detentos na POG envolvidos em tráfico de drogas.

O caso foi descoberto na manhã de sábado (17), após compartilhamento de informações entre o Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer), da Polícia Militar, e o Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), da DGAP. Os presos Tiago Rodrigues de Oliveira e Jhonatan Mafra Pinto foram surpreendidos no pátio da enfermaria da POG com material para refino e porções de entorpecentes suficientes para produzir 6 quilos de drogas.

Ao serem flagrados, Jhonatan informou que recebeu o conteúdo de Thiago, mas seria ele o responsável pelo refino. Os dois detentos ficaram alterados, sendo necessário o uso de força policial para contê-los.

Os presos e o material foram encaminhados para o 4º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia, que irá conduzir as investigações. Laudo de perícia criminal, realizado pela coordenação regional da Polícia Técnico-Científica de Aparecida de Goiânia, comprova que as substâncias encontradas com os presos contêm maconha e cocaína.

Presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal do Estado de Goiás (Sinsep-Go), Maxsuell Miranda das Neves disse ao POPULAR que o fato é desmoralizante e envergonha a categoria. “É tudo muito estranho, nunca aconteceu nada desse nível”, afirmou.

Maxsuell Miranda lembra que, nos últimos tempos, vêm ocorrendo muito arremesso de drogas e celulares por cima dos muros da POG. “Mas essa quantidade encontrada não é resultado de arremesso. Com certeza, entrou de forma corrupta”, enfatizou o sindicalista.

Em nota, a DGAP informou que “a direção da POG instaurou procedimento administrativo interno para, após averiguações necessárias, realizar as aplicações das sanções disciplinares aos detentos responsáveis pelos materiais, conforme determina a Lei de Execução Penal(LEP).”

Maxsuell Miranda das Neves disse ao POPULAR que houve transferência recente de presos de presídios estaduais para a POG, sem alarde. “Sabemos que são presos ligados à facções. Nossa inteligência não teve acesso à lista dos presos”, disse o presidente do Sinsep-GO, que afirmou também estar preocupado com a categoria. “Nossos policiais penais sofrem ameaças direto, faltam servidores e praticamente não há mais AC4 (horas extras)”, disse.

O POPULAR teve acesso à lista de presos recambiados “em caráter de urgência” do Presídio Estadual de Anápolis para o complexo prisional de Aparecida de Goiânia. O despacho foi assinado pelo titular da DGAP, coronel PM Agnaldo Augusto da Cruz, no dia 1º deste mês.

Foram transferidos de imediato 71 detentos. Outros nove seriam recambiados após o período de quarentena obrigatória no presídio, em razão de terem sido diagnosticados com Covid-19. No mesmo despacho, o diretor-geral informa que três presos, por terem subvertido “a ordem e a disciplina”, seriam levados para o presídio de Águas Lindas de Goiás. Chama a atenção a transferência de seis condenados para a Casa de Prisão Provisória.

Para o presidente do Sinsep-GO, a direção da POG não tem responsabilidade na transferência de presos realizada no final de setembro e nem mesmo na questão do refino de drogas. “O diretor (Leyber Alves Soares) não tem autonomia, não tem ingerência sobre isso, quem manda lá dentro é o diretor-geral”, afirmou.

Abandono

Titular da 25ª Promotoria de Justiça, que é responsável pela área de execução penal, o representante do Ministério Público Estadual Marcelo Celestino disse que vai acompanhar de perto a investigação do caso e requisitar informações junto à DGAP. “É muito estranho e totalmente fora do controle. Se não está tendo visitas, tem que ter, no mínimo, controle do que está entrando lá dentro”, afirma.

Para Marcelo Celestino, “o governo do Estado continua com a política de abandono do sistema prisional. Após quase dois anos de governo, nada de bloqueio de celulares (o processo de licitação está engavetado) e não foram nomeados os policiais penais aprovados. Resultado: o crime continua crescendo dentro dos presídios.”

O promotor de Justiça foi além: “Todas as ações que ingressei para a melhoria do sistema prisional têm recebido do governo as mais resistentes defesas, ao ponto de chegar ao Superior Tribunal Federal. Não percebem que estão errados.”

Motel

Em 2016, a POG foi palco de outro escândalo. Na época, foi descoberta a existência de um motel com 112 quitinetes, construído com dinheiro do traficante Thiago Topete, morto um ano depois com dez tiros, dentro do mesmo presídio. (Colaborou Gabriel Hamon).

Fonte: Jornal O Popular



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