A pandemia do coronavírus (Sars-CoV-2) revelou um universo de vulnerabilidades e a mais dramática delas é a fome. Essas situações vão se revelando à medida em que avançam os dias sem que haja uma melhora significativa no quadro de infectados e consequente de óbitos. Com atividades reduzidas, famílias perdem poder econômico. “Neste momento é a fome que está batendo à porta.”

A frase é de Silvano Pereira Mamede, presidente do Instituto de Especialidade Conceito (IEC), organização não governamental sediada em Goiânia, que há um ano precisou fechar duas creches por causa da pandemia. Diante do clamor das famílias dos alunos, a instituição decidiu se movimentar no sentido de garantir alimentação a essas pessoas. “O que elas mais pedem é comida”, afirma Silvano.

O presidente do IEC conta que as duas creches mantidas pela organização funcionavam no Jardim Guanabara, na capital, e em Aparecida de Goiânia. Com a suspensão das atividades escolares, ambas, que funcionavam em prédios alugados, foram fechadas para não gerar gastos. “Há mais de um ano estamos ajudando as famílias dos nossos alunos, 60 em Goiânia e mais de 80 em Aparecida de Goiânia.” Para suprir a necessidade desses grupos, o IEC busca apoio onde pode, como a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e o programa Mesa Brasil, do Sesc.

Para conseguir ajudar mais famílias, o IEC se aliou ao Programa Nacional de Incentivo ao Voluntariado (Pátria Voluntária), através do qual é possível fazer doações. Pela plataforma virtual a instituição espera conseguir recursos destinados à compra de produtos nutritivos que possam suprir a ausência da merenda escolar. “Todo dia tem uma demanda nova. O que estamos fazendo agora é matando a fome dessas famílias para não chegar o momento de desespero, quando as pessoas começam a perambular pelas ruas.”

Fonte: Jornal O Popular