Mais de 1,4 mil presos que estavam nos regimes aberto e semiaberto em Goiás foram para cumprimento em prisão domiciliar por causa da pandemia de Covid-19. O número é da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) e não inclui outros regimes, como o fechado. A medida segue recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como forma de prevenção da disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2) nos presídios brasileiros.
Como O POPULAR mostrou na quinta-feira (23), o coronavírus tem avançado mais rapidamente entre os presos que entre a população em liberdade. Isso ocorre por causa da lotação das celas, falta de equipamentos de segurança (como máscara) e de locais mais adequados para o isolamento dos doentes.
Entre o dia 1º e o dia 22 de julho, o número de resultados positivos para a Covid-19 nos presídios goianos saltou 101%, de 185 para 372. No Estado, a alta foi de 90% no mesmo período, indo de 24,9 mil para 47,5 mil.
Para a juíza Telma Aparecida Alves, da 1ª Vara da Execução Penal, a velocidade da contaminação nas unidades prisionais é “muito inferior” à verificada entre a população em geral. Ela cita que, até o dia 15 de julho, Goiás era o 25º Estado em número de casos nos presídios.
Responsável pelo regime fechado do complexo de Aparecida de Goiânia, que abrange a Penitenciária Odenir Guimarães (POG), o Núcleo de Custódia e o Presídio Feminino Consuelo Nasser, a juíza diz que antecipou o livramento ou a progressão para o regime semiaberto de 264 presos. “Analisamos caso a caso”, explica. Sete presos foram para o regime domiciliar. “São pessoas com saúde muito debilitada e com doenças pré-existentes. Antes de pegar o coronavírus, demos o domiciliar”, diz Telma Aparecida Naves.
A juíza, que coordena o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, determinou ao governo do Estado a formação de uma equipe de saúde para acompanhar a situação. A equipe, porém, ainda não foi formada.
Fonte: Jornal O Popular