A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela, que altera alguns pontos da reforma da Previdência, prevê a possibilidade de Estados e municípios aderirem às novas regras de aposentadoria e pensão no País, mas inclui ainda a possibilidade de essa adesão ser revogada.
O parecer deve ser votado em 6 de novembro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Segundo relator senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a ideia é votar no mesmo dia no plenário. Para valer, o texto precisa passar em dois turnos no Senado e depois ter o aval da Câmara. Para aprovar no Senado, são necessários 49 votos; na Câmara, 308.
A PEC paralela é uma proposta adicional à reforma da Previdência na qual foram incluídas pautas consideradas polêmicas e que demandariam maior tempo de discussão.
A reinclusão de Estados e municípios na reforma é a principal aposta da PEC paralela. A economia esperada é de R$ 350 bilhões em dez anos com essa medida.
O texto paralelo prevê a possibilidade de Estados aderirem à reforma por meio de lei ordinária, que teria efeito também sobre seus municípios. Caso um governo estadual não deseje delegar a competência sobre suas regras de aposentadoria à União, um município poderá tomar essa iniciativa.
A PEC, porém, tem sofrido mudanças para contemplar outras questões. No relatório, lido na CCJ, Jereissati incluiu a possibilidade de Estados e municípios revogarem a adesão, também por meio de lei ordinária, a não ser nos últimos 180 dias do mandato do governador ou prefeito. Nesse caso, Estados e municípios teriam de aprovar novas leis.
Além disso, o relator decidiu flexibilizar a regra de transição da aposentadoria por idade. Hoje as mulheres já se aposentam aos 60 anos, com 15 anos de contribuição, mas essa idade mínima sobe gradualmente em 6 meses a cada ano, segundo a reforma aprovada na terça-feira pelo Senado. Jereissati acatou emenda que estende essa elevação para seis meses a cada dois anos.
O senador tucano também delegou a uma lei complementar a reoneração das entidades filantrópicas, hoje isentas de contribuição previdenciária. A ideia era reverter essas isenções e poupar R$ 60 bilhões em dez anos. A medida, porém, enfrentava resistências, e o próprio governo não via chances de avanço. Agora, será necessária a aprovação de uma lei complementar para regulamentar quem terá direito à isenção e quem perderá o benefício.
O relator manteve a previsão da volta da cobrança previdenciária sobre exportações agrícolas, hoje isentas. A previsão é de impacto de R$ 60 bilhões em dez anos.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Fonte: Jornal O Popular
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