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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Polícia Civil oficia condomínio e aplicativo de comida em caso de racismo contra entregador

Delegada Sabrina Lelis, da Delegacia Estadual de Crimes Cibernéticos (DERCC) (Foto: Diomício Gomes)

Qual era a localização e quem é o cliente que solicitou o pedido de um hambúrguer e desferiu comentários racistas para um entregador em Goiânia na noite do último domingo (25)? Estas são perguntas ainda sem resposta. Na manhã desta quarta-feira (28), a delegada Sabrina Lélis titular da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) concedeu uma entrevista coletiva e explicou que oficiou o condomínio e também o aplicativo de comida. Entre os objetivos estão identificar se CPF e nome utilizados no cadastro são reais. Segundo a administração do Condomínio Aldeia do Vale, o endereço fornecido não pertence a uma casa do residencial. Nome e CPF também não constam nos cadastros de moradores, visitantes e frequentadores do local.

O caso ganhou notoriedade nesta terça-feira (27), quando a hamburgueria compartilhou a conversa entre a cliente e a gerente da lanchonete por meio das redes sociais. “Esse preto não vai entrar no meu condomínio. Mandar (sic) outro motoboy que seja branco. Eu não vou permitir esse macaco”. Essas foram as frases que a Ham Burguer, local em que Elson de Oliveira, de 39 anos, trabalha, no Setor Goiânia 2, também na capital, recebeu quando o motoboy chegou à portaria do local para entregar sanduíches.

A delegada diz que desde o início a polícia trabalha com a possibilidade de ser um perfil falso, mas que ainda não é possível fazer esta afirmação. “Desde o início, desde o momento do recebimento dos fatos ontem (27) que a gente registou a ocorrência, a polícia trabalha com essa possibilidade sim. Até mesmo porque os dados que constam em um perfil de aplicativo são dados que o usuário quis fornecer. Temos que verificar: O nome é compatível com o CPF indicado? Os dados técnicos que o aplicativo poderá trazer indicam que algum dos dados é verdadeiro ou não?”, questiona.

Lélis afirma que a investigação é complexa e que os dados que possui até agora são divergentes. Diz também que toda investigação que envolve dados cibernéticos é complexa. “Existem ferramentas técnicas utilizadas para desviar as informações que a Polícia pode ter acesso. No entanto, do mesmo jeito que o criminoso age com essa intenção de burlar a verificação real dos dados, a polícia também tem acesso a ferramentas que poderão informar a verdade sobre os fatos. As investigações são complexas, mas no dia a dia temos demonstrado que é possível sim identificar os autores dos crimes cometidos pela internet”, garante.

O crime apurado é de racismo, que não prescreve. “O que foi atacado não é a identidade do entregador individualmente, mas sim o fato de ter a cor preta, negra e isso é previsto como crime de racismo. É um crime imprescritível. O decurso do tempo não cai o dever da justiça de apurar autoria, imputar e indiciar o autor”, finaliza.

A assessora jurídica do Residencial Aldeia do Vale, Carlos Camarota Advogados, disse que efetuou nesta quarta-feira (28) a entrega da resposta ao ofício que fora direcionado ao condomínio na tarde desta terça (27). “Foi informado que o nome da cliente identificado pela corporação não está dentro do cadastro de moradores, visitantes e frequentadores do condomínio, bem como o CPF. O endereço informado não é um endereço válido de uma casa do Aldeia do Vale, pois as unidades habitacionais são todas separadas por quadra e lote e não número”, explicou.

A administração do residencial disse ainda que se colocou à disposição para entregar imagens das câmeras da portaria durante o período que foi cometido o crime e também as gravações realizadas entre portaria e morador, no sentido de autorizar que terceiros entrem no condomínio.

Ifood 

Em nota, o iFood disse que, independentemente do histórico do cliente na plataforma, atos de discriminação racial devem e serão repudiados. “Nestes casos, para evitar novas ocorrências, a empresa bloqueia o usuário imediatamente e oferece suporte à vítima”. Afirmou ainda que segue a legislação brasileira e as melhores práticas de privacidade e, por isso, apenas poderá compartilhar dados pessoais de consumidores e entregadores mediante ofício ou ordem judicial de autoridade competente. “A empresa reitera que está em contato com o responsável pela investigação do caso e à disposição para colaborar na medida da lei”, finalizou.

Fonte: Jornal O Popular

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