Foi apresentado nesta segunda-feira (5) em Goiânia o resultado de uma investigação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) que resultou na apreensão de aproximadamente meia tonelada de cocaína. O valor estimado da droga é de R$ 178 milhões. A mercadoria recolhida representa a maior quantia para este tipo de narcótico já realizada no Estado de Goiás.

A Operação Puro Sangue foi deflagrada pela Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) na madrugada do último domingo (4). As investigações, que começaram há um ano, também resultaram na prisão de sete pessoas. Produzida na Bolívia, a droga seria revendida na Europa e seguiria o final do trajeto em um navio. O líder do grupo continua foragido e as investigações agora avançam para analisar a organização financeira da quadrilha.

Titular da Denarc, o delegado Fernando Augusto Gama explica que a droga estava sendo transportada por aeronaves que pousaram em Edeia, município localizado a 126 km da capital. A mercadoria foi transferida para uma caminhonete Hilux que também foi abordada pela Polícia Civil.

Entre os sete presos estava Jenima Adelita Ruiz Banegas, que é boliviana, e apontada nas investigações como líder da quadrilha, responsável pela produção de drogas no país vizinho. Seu companheiro, que também possui papel de chefia da organização, é procurado pela Polícia Civil.

Lucas Mendes Pereira e Cristiano Cruvinel Viera são apontados pela Denarc como “pilotos do tráfico”. Foram apreendidas duas aeronaves: Beech Aircraft modelo 58 e um Cessna Aircraft modelo 172RG. Os dois homens, que estão entre os detidos, receberiam entre R$ 40 mil e R$ 50 mil por cada viagem realizada. Alessandro de Moraes Rosemiro estava descarregando a cocaína no momento da prisão e também atuava como mecânico do grupo. Odimar Moreira Gama, por sua vez, era passageiro de uma caminhonete.

Casados, Geraldo Borges Moreira e Suely Cândido de Oliveira também foram presos. Ele dirigia, segundo a polícia, a caminhonete que estava com a cocaína e também trabalharia com a função de “batedor”. A esposa dele foi localizada em uma chácara, no município de Itaberaí, onde funcionava o depósito e também um laboratório do grupo. No local, os agentes encontraram: três armas de fogo: um revólver .357, uma espingarda .20 e uma pistola .380. Também foram localizados uma grande prensa e 15 artefatos explosivos.

O delegado Fernando Augusto explica que várias fases da investigação já foram realizadas e que na primeira, houve apreensão de mais de R$ 500 mil em dinheiro, tanto em reais, dólares e euros.

Passado

Jenima já havia sido presa em agosto de 2018 em Goiás, também por tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. Na ocasião, ela portava mais de R$ 204 mil, US$ 59 mil dólares e mil euros. Com ela, a polícia também apreendeu centenas de munições, carregador de fuzil e miras holográficas. Este seria o início da investigação que chegou ao ápice no domingo.

Desta vez, além das aeronaves avaliadas em R$ 600 mil, estão ainda oito veículos: uma caminhonete Ford Ranger, uma Hillux, uma Discovery, uma Fiat Strada e uma Fiat Toro; além de duas motocicletas BMW 1200 e uma Yamaha. Com o grupo, também foram apreendidos R$ 20,5 mil em Rio Verde e mais R$ 45 mil, em Itaberaí.

“Eles traziam as drogas de avião, e em Goiás utilizavam várias pistas de pouso. Esta quadrilha atua há bastante tempo e o líder é de idade avançada. Ele tem várias passagens criminais, inclusive por tráfico internacional e vive trocando de nome, utilizando nomes falsos. Eles moravam em Goiânia, voltaram para a Bolívia e estavam iniciando uma nova dinâmica. Goiás funcionava como um escritório do tráfico porque também havia distribuição aqui e em outros estados do País. Certamente, há mais pessoas envolvidas. Provas agora serão analisadas para avançarmos ainda mais”, completou o titular da Denarc.

Foto: Fábio Lima/O Popular

Fonte: https://www.opopular.com.br/noticias/cidades/droga-apreendida-em-edeia-%C3%A9-avaliada-m-r-178-milh%C3%B5es-1.1857580