Entre janeiro e 9 de outubro deste ano, 2.780 armas foram registradas no Exército Brasileiro em Goiás, 65% a mais que 2017 inteiro, quando foram cadastrados 1.684 armamentos no Estado. Estes números são do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), banco de dados com o registro de armas particulares de atiradores desportivos, colecionadores, caçadores, magistrados e militares.
Este será o terceiro ano consecutivo com o aumento do número desse tipo de registro de arma. Entre 2015 e 2016 a porcentagem do crescimento de cadastros chegou a 155%. A ascensão coincide com a queda do número de armas registradas, em 2016 e 2017, no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal. O Sigma é destinado ao armamento comprado por cidadãos que sentem necessidade de se proteger e concentra a maior fatia de armas registradas no Estado.
Para o presidente da Federação de Tiro de Goiás (FTGO), Hwaskar Fagundes, há uma migração do Sinarm para o Sigma, já que conseguir a permissão de ter uma arma como atirador desportivo seria menos burocrático e com mais garantias.
“Justamente pelas dificuldades impostas pela PF para autorizar a liberação, as pessoas estão buscando o clube para se filiar, por entender ser mais fácil”, explica Fagundes, que é presidente há 16 anos do tradicional clube de tiro Rio Verde.
Atiradores desportivos podem ter o direito de ter até 16 armas de fogo, dependendo do nível do esportista, que varia dependendo se ele participa de competições a nível municipal, estadual ou nacional. Na Polícia Federal o limite é de seis.
Além disso, quem tem o registro de caçador, atirador ou colecionador, o chamado CAC, pode comprar armas de uso restrito, que só podem ser utilizadas pelas forças armadas. Outra vantagem vista pelos atiradores é a de fabricar a própria munição, o que teria um custo menor. A PF tem limitação maior para a quantidade de munições.
Preparo
O atirador desportivo tem a obrigação de realizar pelo menos oito treinamentos por ano em stands de tiro. Os clubes de tiros, que também falam do aumento de sócios nos últimos anos, são obrigados a anotar essa frequência em um livro de registro de habitualidade. A fiscalização da participação é feita pelo Exército.
O aumento de 62% de armas registradas pelo Sigma no ano passado não foi suficiente para compensar a diminuição de 24% das registradas pelo Sinarm. Somando as duas categorias, 697 armas foram registradas a menos em Goiás entre 2016 e 2017. No entanto, o cenário geral é de uma tendência de aumento nos últimos anos, principalmente a partir de 2014, no caso das federais, e 2016, nas do Exército (veja quadro).
Reportagem do POPULAR de outubro mostrou que chegam a se formar filas na porta da Superintendência Regional da PF, no Setor Pedro Ludovico, de pessoas a procura do registro de arma de fogo.
Fonte: O Popular