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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

“(Sem transferir)Teria uma carnificina no presídio Anápolis”, diz titular da DGAP

Foto: Divulgação/DGAP

Diretor-Geral em Exercício da Administração Penitenciária de Goiás, o coronel Agnaldo Augusto da Cruz revela que entre os 80 presos removidos do Presídio Estadual de Anápolis, destinado a detentos Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme mostrado pelo POPULAR no último sábado (24), estavam ameaçados de morte. “Se nós não tivéssemos feito isso, com certeza absoluta, teria uma carnificina lá em Anápolis.”

Além disso, segundo o militar, mais de 30 que cumpriam pena de crime sexual também estavam na lista de transferidos. Essas novas motivações se juntam à justificativa apresentada na semana passada pela Superintendência de Segurança da Diretoria de Administração Penitenciária (DGAP), também confirmada pelo coronel, de que os transferidos apresentaram bom comportamento.

Reportagem do POPULAR mostrou que 80 detentos foram transferidos, entre agosto e setembro, da unidade de Anápolis, de maior segurança e rigidez, para a Penitenciária Coronel Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, que tem menos agentes e mais acesso a celulares. A matéria identificou entre os detentos transferidos nove que foram alvos de operações da Polícia Civil que investigava a facção paulista. Após a reportagem, o coronel Augusto informou que determinou que a relação de transferidos seja reavaliada.

Já houve pedido de transferência de preso negado porque na pandemia só teria realocação em caso de urgência. Então essa retirada dos presos de Anápolis foi um caso de urgência?

Foi um caso de urgência porque havia um impacto na Segurança Pública muito grande. Tanto é que alguns índices de segurança aumentaram (dentro do contexto penitenciário). A inteligência percebeu que isso tinha relação com esse movimento. Então, havia sim, a necessidade desse movimento agora neste momento.

Como assim?

Para você ter ideia, nós tínhamos uma relação de presos que estava ameaçada de morte na unidade de Anápolis. Inclusive com as informações dos próprios familiares. Bem antes dessa, nós tivemos que movimentar um grupo, urgentemente, da unidade (de Anápolis) para o Núcleo de Custódia (em Aparecida). Passou uma semana, a relação de ameaçados aumentou. Se nós não tivéssemos feito isso, com certeza absoluta, teria uma carnificina lá em Anápolis, no Estadual de Anápolis.

Então, essa relação já está pronta tem um certo tempo. “Porque não executamos ela ainda coronel?” Porque nós estávamos aguardando esse processo de abertura (em relação à pandemia). Mas em determinado momento não tínhamos mais condições de esperar, sob pena dos presos serem assassinados dentro do presídio de Anápolis.

Entre esses 80 presos transferidos no final de setembro tem casos de que eles estavam sendo ameaçados?

Também tem. Para você ter ideia, esses presos que estão alegando que são extremamente faccionados, 37 deles são presos, autores de crimes sexuais, 39 se não me engano. Você que está no meio da segurança sabe, você conhece algum preso que comete crime sexual que é liderança faccionada?

Mas porque que tinha preso de crime sexual lá em Anápolis, que é um presídio destinado para faccionados?

Ao longo do tempo, a unidade de Anápolis foi recebendo presos por comunicações aleatórias, (a decisão de quem seria transferido) era capilarizada e era interna da DGAP. Agora resolvemos fazer o quê, cruzar as informações. Por que se eu chegar no diretor de uma unidade e perguntar para ele: qual preso mais perigoso que você tem aí. Qual preso ele vai indicar? Preso que está te dando problema. Aí nesse bojo entraram todos. O que fizemos agora, nós depuramos a lista. Todos que estavam nos presídios foram analisados, por isso conseguimos constatar isso.

E os presos que estão sendo ameaçados? Qual o motivo?

São essas rixas gerais que tem dentro da unidade. Não posso te falar tudo, porque tem coisa aí que faz parte da inteligência também. Uma coisa que precisa ser compreendida é que o sistema prisional é vivo, digamos assim. As coisas evoluem de um dia para o outro. Então essas ameaças, essas rivalidades, essas reações, eles pegam quem primeiro? O mais fraco.

Esses presos foram transferidos por ameaça ou por bom comportamento? Ou os dois?

São três coisas na verdade. Primeiro: não estavam na relação que impactavam de uma forma geral a segurança pública e nem o sistema prisional. Eles tinham perfil que poderiam ser transferidos. Não estavam naquela relação daqueles que iriam para ir para Águas Lindas. Estavam fora daquela relação. Segunda questão: eles estavam ameaçados. Terceira questão: eles tinham bom comportamento dentro da unidade.

Os nove presos que foram alvos de operações que investigavam o PCC estão entre os presos ameaçados ou mudaram de comportamento?

Nós nunca podemos ter compromisso com o erro. Nós não podemos adotar posições, digamos assim, fechadas. A lista é essa e pronto. Assim que eu li a matéria (do POPULAR publicada no sábado), mandei checar todas as listas. Vai pegar a relação de todos eles, levar para a SI e vai pedir uma reavaliação de todos ele. Não vou transferir ex officio para Águas Lindas. Se não foi um erro, não vou fazer isso. Tenho que respeitar a decisão do colegiado. Mas submeti todos novamente a reavaliação do colegiado.

Mas já foi dado algum parecer sobre esses nomes?

Ainda não. Não devolveu a avaliação ainda não. Mas se for comprovado que realmente tem perfil, eles vão para Águas Lindas também.

Como é decidido os nomes dos presos transferidos?

Tem que cumprir exatamente aquela relação que foi colocada pelo sistema de inteligência do Estado. Sistema de inteligência: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, a inteligência da DGAP, convidamos o Gaeco, até o Tribunal de Justiça foi convidado também. No sistema não tem uma pessoa, não tem um nome, é um colegiado. E nós fazemos o quê, no meu caso na DGAP, cumprimos a relação que foi determinada, nada além disso.

Eu não tenho influência nessa lista. Na verdade, a relação é produzida pelo colegiado. Vou ser muito franco e sincero com você, nem eu tinha acesso a lista. Tem um delegado de polícia que é o gerente de inteligência, só ele tinha acesso a lista. Eu disse: “O senhor leve a lista, o superintende de segurança vai na unidade, o Gope (Grupo de Operações Penitenciárias) vai na hora lá, o senhor vai falar para ele quem é que vai, quem é que vai ficar, para que a gente tenha segurança total dentro do processo”. Na hora é complicado inserir ou retirar nomes.

Por que a decisão não é feita apenas pela DGAP?

Nós fizemos isso para que justamente não pairasse essa questão que foi apresentada pelo sindicato (dos policiais penais). Se a lista era montada por A, por B, por mim, por não sei quê. Não tem nada. A DGAP ela faz o que? Ela executa a Lei. Ela não faz mais nada além disso. Essa experiência nós tivemos em 2018, quando fizemos as primeiras movimentações e tinha suspeita de corrupção. Os agentes tinham suspeita que alguém tinha pedido dinheiro para não colocar ou para tirar o nome da lista. O que estamos fazendo agora é exatamente o contrário do que o presidente do sindicato falou. Nós estamos é moralizando o processo.

Mas na época que teria corrupção a decisão dependia dos diretores dos presídios?

A decisão era nós ouvirmos os diretores de unidades. Nós ouvíamos só internamente. Nós não tínhamos apoio externo nenhum. Agora, a DGAP é só executora da decisão. Por que eu fiz isso? Para afastar qualquer dúvida sobre a idoneidade dos servidores do sistema prisional.

Fonte: Jornal O Popular



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Nascida de um ideal de aproximação da família policial, revivida de esforços coletivos e abnegada dedicação, criou-se a Associação da Polícia Civil…

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