Artigos UGOPOCI

Centrais farão manifestações pela redução da jornada - 24/03/2008

Por Osvaldo Bertolino

Em reunião realizada no último dia 18, as centrais sindicais definiram uma agenda de atuação que deve ter desfecho no 1º de Maio com muitos pontos unitários. Participaram da reunião a CUT, a CGTB, a Nova Central, a Força Sindical, a CTB e a UGT. Representando a CTB, participaram João Batista Lemos, secretário adjunto de relações internacionais, e Joílson Cardoso, secretário de política sindical e relações institucionais.

A reunião definiu que a agenda deve abranger a campanha pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a ratificação das convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em março, o debate interno nas centrais sobre estas bandeiras deve ser intensificado. Ao mesmo tempo, segundo definição da reunião, uma comissão unitária das centrais deverá entrar em contato com a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) a fim de somar forças em defesa desta campanha.

No mês abril, devem ser intensificadas as ações conjuntas nos Estados e por ramos de atividades. As centrais também devem desenvolver ações junto aos parlamentares com a finalidade de convencer as lideranças partidárias a apoiar esta agenda. Ainda em abril, no dia 7, será realizada uma entrevista coletiva quando deverá ser lançado o manifesto unitário das centrais sobre a campanha.

Modernização das relações de trabalho

Para cumprir esta tarefa, foi indicada uma comissão que representará as centrais na elaboração do manifesto que será entregue ao Congresso Nacional no dia 7 de abril (Joíson Cardoso e Gilda Almeida representarão a CTB na comissão). Também em abril será desencadeada uma intensificação da coleta de assinaturas da campanha pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário.

Ainda em abril, as centrais definirão um dia nacional lutas por estas bandeiras. Em seguida, o abaixo-assinado será entregue ao Congresso Nacional. No 1º de Maio, o manifesto deverá ser lido em todos os atos que serão realizados no país. A reunião definiu também que o Dieese colaborará desenvolvendo materiais e estudos sobre os temas da campanha.

Na abertura da reunião, Artur Henrique, presidente da CUT, enfatizou que o patronato vem tentando caracterizar estas bandeiras das centrais com uma “agenda atrasada”, que se contrapõe à “modernidade”. E ressaltou que na verdade esta é uma agenda positiva, que visa a modernização das relações de trabalho. “O patronato vai tentar esvaziar a campanha e cabe ao movimento sindical a tarefa de combater este ponto de vista contrário aos interesses dos trabalhadores”, diz Joíson Cardoso.

Momento político propício

João Batista Lemos destaca que a campanha precisa ser encampada pelos sindicatos, federações e confederações para que ela se insira entre os trabalhadores. “Esta é a tarefa principal do movimento sindical até o 1º de Maio”, diz ele. “Devemos intensificar a coleta de assinaturas para chegarmos em maio com um movimento forte a favor das bandeiras unitárias definidas pelas centrais”, diz ele.

Segundo Batista, a CTB deve se lançar na campanha com todas as suas forças. “É nosso dever contribuir intensamente para o sucesso desta campanha, elevando a consciência dos trabalhadores neste momento importante das nossas lutas”, diz ele. Joíson Cardoso destaca que esta é uma batalha política de classes. “A CTB tem uma boa oportunidade de demonstrar seu princípio unitário por meio de ações efetivas para conscientizar os trabalhadores sobre a importância dessa campanha”, afirma.  

Batista ressalta que o momento político é propício para que os trabalhadores obtenham conquistas por conta do bom momento vivido pela economia brasileira. “As empresas estão trabalhando com sua capacidade total e acabamos de ver o crescimento do PIB em 5,4% no ano de 2007”, diz ele. “Isso dinamiza a economia e impulsiona os trabalhadores para a luta”, destaca.

Organização e mobilizações

Segundo Batista, a informação do Dieese de que os acordos coletivos de 2007 garantiram a reposição salarial e até aumentos reais é uma prova de que agora é a hora de o movimento sindical se empenhar nas mobilizações. Para ele, esta é uma batalha de longo fôlego, que está apenas no início. “Temos plenas condições de obtermos estas conquistas ainda no mandato do presidente Lula se construirmos de fato uma unidade sólida, respaldada por grandes mobilizações de rua, paralisações e manifestações”, destaca.

Batista ressalta que houve unanimidade na reunião das centrais de que esta batalha depende da luta de idéias e que devemos ganhar a opinião dos trabalhadores e da sociedade no sentido de fazer avançar o projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho. “Mas isso depende de organização e mobilizações”, finaliza Batista. Fonte: Sítio vermelho.org.br