Em silêncio, com foco nos resultados - 23/09/2008
Diário da Manhã – Opinião – Dia 23/09/2008
Eis a missão. É preciso entender isso. É preciso entender, por outro lado, que o policial, para garantir esse direito, é quem trabalha de forma contínua, dedicada, buscando sempre fazer mais e cada vez melhor. E que todos nós, no governo e nas corporações, que cuidamos da segurança do cidadão, somos antes de tudo cidadãos. Lutamos pelos mesmos direitos, as mesmas garantias e somos partícipes das mesmas conquistas.
Inconcebível, na nossa missão de cuidar, de gerir a estrutura de segurança em Goiás, é perder o senso da responsabilidade. Muitas vezes as vozes que cobram resultados, cobram resultados que não coadunam com o Estado de direito. Responder à violência com violência não resolve o problema da violência. Ao contrário: só a estimula. O nosso trabalho é silencioso, muitas vezes, porque o barulho tira o foco da meta desejada. Um foguete não substitui um tiro certeiro em ações e medidas que garantam qualidade de vida.
Não é à toa que boa parte de nossas ações tem como endereço o reforço do setor de inteligência da polícia, com investimentos na inteligência e na polícia técnico-científica; o reforço do policiamento ostensivo e preventivo; e a realização de operações especiais, como as blitzen. Mas temos feito mais, muito mais. Como a aproximação com a comunidade.
Nesse aspecto, lembro que a PM tem realizado, com grande sucesso, a chamada Operação Confiança, em que os policiais mostram como é seu trabalho aos moradores dos bairros onde atuam. A população é convidada a passear nos veículos da polícia. Vale lembrar ainda que, com a plotagem dos celulares nas viaturas, a população pode falar diretamente com o policial que faz a ronda em seu bairro.
Ainda em relação à aproximação da polícia com a Comunidade, vale ressaltar o apoio aos Conselhos de Segurança (Consegs) e a realização de visitas comunitárias em 13 bairros da capital. Aliás, trabalho inédito, que leva as autoridades policiais até os bairros, em contato direto com a população, para ouvir e buscar soluções para as demandas da sociedade.
Também temos feito visitas a vários municípios. E apoiamos a Polícia Militar na ampliação da RAS (Rede de Apoio à Segurança), junto aos segmentos dos taxistas, mototaxistas, vigias de carro e flanelinhas da 24 de Outubro e Campinas, lavadores de carros e flanelinhas da Praça Tamandaré, vigias de automóveis e comerciantes que atuam no Estádio Serra Dourada, porteiros (parceria com o Secovi) nos prédios do Bairro Residencial Eldorado e rede hoteleira, entre outros.
À parte isso, a Secretaria de Segurança Pública lançou concurso para agente, delegado e escrivão da Polícia Civil. Serão 612 cargos. Os delegados aprovados iniciarão a carreira ganhando salário de R$ 10 mil. Já um policial civil inicia a carreira hoje ganhando cerca de R$ 2,7 mil. E o policial militar tem como salário inicial R$ 2,7 mil. O concurso foi autorizado pelo governador Alcides Rodrigues, que, atendendo a pedido nosso e de toda a sociedade, abriu exceção no decreto de contenção de despesas. Também foram autorizados concursos para PM (mais de mil vagas), peritos e agentes prisionais. Isso é agir por uma segurança melhor, com responsabilidade.
Destaco outras iniciativas da Secretaria:
- curso de Promotor de Polícia Comunitária para formação de mil pessoas, entre policiais e civis, até o fim do ano, em todo o Estado de Goiás;
- realização do 1º Encontro Nacional de promotores de Polícia Comunitária, na Cidade de Goiás;
- ampliação da Rede de Educação à Distância, com a realização de dezenas de cursos e a instalação de novos telecentros (locais onde os policiais têm acesso à internet para acompanhar os cursos), como em Anápolis e Luziânia;
- aquisição de 5 mil coletes à prova de balas;
- locação de 172 veículos para atender os municípios do Entorno do DF;
- renovação do contrato de locação dos 800 veículos que atendem Goiânia e região metropolitana;
- aquisição de pistolas .40 para as polícias, prosseguindo com processo de aparelhamento das polícias e de padronização das armas utilizadas. Só na semana passada, entregamos 350 dessas pistolas e outras 1.100 serão repassadas nos próximos dias.
- inauguração do novo prédio do Instituto de Criminalística, considerado o mais moderno do país. A obra foi realizada em parceria do governo do Estado com a União e custou mais de R$ 7 milhões;
- inauguração da casa de Prisão Provisória de Formosa. O novo prédio tem 528 metros quadrados de área construída e 66 vagas. A obra foi construída pelo governo do Estado, em parceria com a Prefeitura de Formosa e teve um custo total de R$ 948 mil.
Igualmente sem estardalhaço, sem pirotecnia, temos ido a Brasília constantemente, onde colhemos frutos que beneficiam diretamente a todos. Assim é que, por meio de parceria com o governo federal, via Ministério da Justiça, conseguimos recursos para a realização de obras e aquisição de equipamentos.
Veja que foi acordo firmado com o secretário nacional da Segurança Pública, Ricardo Balestreri, que permitiu à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) instalar, na cidade de Luziânia, o Batalhão Especial de Pronto Emprego (Bepe) da Força Nacional de Segurança Pública. A unidade abrigará a Tropa de Elite da Força Nacional, que será composta por 550 homens de todos as unidades da federação. O Bepe será a base permanente dessa tropa.
O Bepe é garantia de uma permanência perene da Força Nacional no Entorno do DF. Isto é fruto de uma longa e insistente ação de convencimento, uma conquista a ser comemorada. E ela existe porque é real a parceria entre os governos de Goiás e governo federal. É fato: as ações conjuntas da Força Nacional com a Polícia Militar de Goiás, bem como os investimentos que o governo goiano tem feito na segurança da região, têm contribuído para a redução da criminalidade no Entorno.
Para se ter uma idéia, é 42% menor o número de ocorrências desde o início da operação (outubro de 2007) até abril deste ano, do que o registrado de outubro de 2006 a abril de 2007.
Com polícia melhor equipada, com pessoal qualificado, com foco no bem comum e responsabilidade nas ações e objetivos, a segurança melhora. E porque o trabalho é contínuo, a cada melhoria, mais aumenta a nossa confiança no rumo certo que seguimos, com todas as cobranças e dificuldades enfrentadas. Incomodada, a sociedade às vezes não vê resultados, mas sente, porque eles são reais. E nós, jamais acomodados, estamos trabalhando, porque esta é a missão que não se encerra nunca.
* Ernesto Roller é secretário de Segurança Pública de Goiás, advogado e deputado estadual