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A segurança pública preventiva pode melhorar? - 25/07/2009

Diário da Manhã - Opinião - Dia 25/07/2009

 

 

 

 Por que o homem moderno deixa de observar os princípios elementares da harmonia? Existem causas que geram essa contenda social? Claro que sim! O que se tem certeza também é que estes conflitos estão dizimando os sonhos dessa geração. Fazendo-se uma análise simples sobre a origem dos fatores que contribuem para o crescimento da criminalidade, o nosso pensar se direciona para as situações criadas ou omitidas pelo próprio homem, tais como: desarticulação do afeto familiar, desestruturação da sociedade, falta de planejamento estratégico eficaz para definição de políticas públicas direcionadas para segurança preventiva.

 

Antes do investimento nos meios de fortalecimento de repressão e reação, poder-se-ia valorizar prioritariamente a prevenção, tendo como base, o direcionamento de empenho para implementação de distribuição de rendas através de educação, saúde, transporte público de boa qualidade, geração de emprego, enfim, investimento nas ações que resultem na atenção às pessoas que necessitem de inclusão social.

 

A segurança preventiva é a principal protagonista na manutenção eficaz da ordem social, pois é a responsável pela presença do Estado através dos setores de prestação de serviços essenciais. Capacidade profissional, compromisso com a corporação e boa interlocução com a comunidade, condições dignas de trabalho dos profissionais de segurança, aparelhamento necessário ao emprego de ações convencionais à manutenção da ordem, são pré-requisitos indispensáveis aos agentes de segurança a fim de que leve a bom termo a sua missão.

 

Se existir missão complexa na segurança pública, uma delas é no que concerne à seleção dos agentes, pois nem sempre é possível medir o grau vocacional para lidar com a comunidade, mas o poder público deve ter esta preocupação sob pena de cair por terra a confiança da população nas instituições de segurança por despreparo de alguns profissionais, o que às vezes acontece. O perfil de um candidato a agente de segurança deveria ser o que de melhor existe na sociedade. A segurança pública não pode ser tratada e cuidada por pessoas que não sejam portadoras de capacidade discricionária, de discernimento preciso, raciocínio rápido para decisões imparciais, visão ampliada do que poderá acontecer no ambiente de trabalho, porquanto ele é o primeiro representante da lei a se fazer presente ao local do evento que, dependendo da maneira como for a sua intervenção poderá alcançar dimensões maiores ou menores do que a esperada e desejada.

 

A sociedade que desejar ter uma agência de segurança que lhe preste bons serviços, não pode abrir mão de quem tem a capacidade de exercitar a prática da disciplina e hierarquia, pré-requisitos inseparáveis de qualquer atividade de resultado. Não há como administrar com sucesso, não só a segurança, mas qualquer outro setor da atividade humana que tem o dever de ser séria sem o respeito à autoridade, obediência às leis e regulamentos e à própria instituição a que serve. Sem disciplina e respeito hierárquico não há ordem, e sem ordem a segurança pública será o caos.

 

O setor de segurança pública não pode e nem deve ter nos seus quadros pessoas descompromissadas com a causa legítima de defender a comunidade da sanha dos meliantes e daqueles que tentam contaminar as instituições de segurança com suas ações promíscuas que só contribuem para diminuir o aperfeiçoamento da democracia e a valorização do profissional. Alguns descompromissados tentam induzir os agentes da segurança menos experientes à expectativa de vantagens mirabolantes fora da realidade vigente, isso visando unicamente a interesses escusos.

 

O bom político, principalmente em Goiânia tem de sobra, tem deixado a cargo de quem tem experiência na área administrar a segurança, sem ingerência abusiva. Que isso sirva de exemplo, e o povo agradece. Não se faz segurança preventiva sem a participação efetiva da comunidade, dos profissionais de segurança, do poder público e principalmente do envolvimento efetivo dos políticos comprometidos com a verdadeira proteção daqueles que pagam nossos salários.