Neste sábado, 26 de junho, celebramos o Dia Internacional de Combate às Drogas. E você sabe qual é a melhor forma, o melhor caminho no combate ao uso de entorpecentes? Os especialistas são unânimes em afirmar: o melhor combate é a prevenção!

Preocupados em promover o sustento de sua família, pais e mães acabam tornando-se de certa forma ausentes no dia a dia e na vida de seus filhos. Assim, por vezes, abre-se um caminho fácil para que os jovens cheguem aos vícios, por meio da influência de colegas.

A princípio vem o consumo das drogas lícitas: um cigarrinho, uma cervejinha... até que a busca incessante pelas falsas sensações de prazer os leva rapidamente às drogas ilícitas, ou seja, ao envolvimento com a maconha, a cocaína e o crack.

Muitas famílias têm sucumbido diante do poder destas perigosas substâncias químicas, sobretudo ao poder do crack, a mais potente das drogas, capaz de provocar a dependência desde o consumo da primeira pedra. Por sua força, desde o início desta década, o crack tem se entranhado em nossa sociedade.

Esse avanço do crack acendeu um sinal de alerta e, em março, a Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia realizou uma audiência pública sobre drogas, com foco na prevenção ao uso e no tratamento dos dependentes. A partir desta audiência, sugeriu-se a criação do Fórum Permanente de Combate, Prevenção ao Uso de Drogas e Tratamento de Dependentes, que está sendo implantado e reunirá diversas pessoas envolvidas neste trabalho e interessadas em manter nossas famílias longe das drogas.

Um estudo divulgado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), nesta semana, destacou que, quase a metade dos universitários brasileiros, 49% já experimentaram drogas ilícitas. A estatística demonstra o avanço dos entorpecentes no Brasil, em todas as classes sociais e independente do grau de escolaridade. A droga não escolhe vítimas, ela escraviza a todos. É importante, portanto, que a prevenção seja feita de todas as formas possíveis.

E é neste ponto que desejo chegar. Quero aproveitar que estamos respirando Copa do Mundo para convidar o leitor a refletir sobre uma importante ferramenta de combate e, portanto, de prevenção ao uso de drogas: a iniciação esportiva. Todos nós sabemos que promover o envolvimento de nossas crianças com a prática de esportes pode significar uma verdadeira transformação em suas histórias de vida, especialmente em cidades como Aparecida de Goiânia, que sofrem com a disseminação do tráfico e consumo de entorpecentes.

Sou apaixonado por esportes, sempre fui e sou um incentivador da prática esportiva para todas as pessoas, de todas as idades. Por mais de 20 anos, ministrei aulas de iniciação esportiva, especialmente de futebol, para crianças e jovens no Santa Luzia, Expansul, Parque São Jorge, Parque Flamboyant e na Vila Olímpica do Goiânia Esporte Clube.

O esporte é fundamental na formação do cidadão e para a sua sociabilização. Com a iniciação esportiva, a criança aprende a trabalhar em equipe, sente-se integrado a um verdadeiro time, com companheirismo e maior empatia pelas pessoas. Aprende a enfrentar situações difíceis com otimismo, desenvolve uma autoestima positiva. Desta forma, o esporte retira as crianças das ruas, evita o ócio e edifica valores e comportamentos capazes de afastá-las definitivamente das drogas.

Como se vê, são inúmeros os benefícios que a prática esportiva proporciona às crianças e jovens, como o despertar de uma maior intimidade com o processo de aprendizagem que reduz o abandono escolar, mas vale a pena destacar o fato de criar neles uma verdadeira aversão ao uso de drogas.

Portanto, é dever do Poder Público investir mais na iniciação esportiva. Precisamos de mais escolinhas de futebol, mais quadras esportivas nas escolas públicas e de reformar e melhorar aquelas que já existem. Devemos espalhar campos de futebol e quadras poliesportivas pelos bairros, oferecer espaços para a prática do esporte e para o convívio social.

Além disso, é necessário dar maior apoio, conceder maiores investimentos às muitas ações sociais que promovem o esporte. Daqui a quatro anos a Copa do Mundo vai ser no Brasil. NossoPaís vai receber também as Olimpíadas de 2016. Tudo isto demonstra que o momento é mesmo propício para a reflexão a respeito do valor que tem o esporte na vida das crianças e dos jovens. E como o esporte é capaz de se transformar numa ferramenta forte no combate e na prevenção ao uso de drogas.

Com o esporte vamos formar cidadãos, formar torcedores e, consequentemente, levar aquelas crianças e jovens, que demonstram um alto rendimento na prática esportiva, a se tornarem verdadeiros craques que seguramente poderão representar o Brasil nestas e em outras competições mundiais.

Autor: Assis Brasil é vereadr (PP) por Aparecida de Goiânia, associado da UGOPOCI, professor, geógrafo e ambientalista.

Fonte: Jornal Diário da Manhã