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Goiás sob intervenção federal na Segurança Pública - 15/10/2012

O Governo Federal faz intervenção branca em Goiás e indica o superintendente da Polícia Federal no Estado para comandar a Secretaria de Segurança Pública. A medida adotada pelo Ministério da Justiça se faz emergencial, em virtude do elevado índice de violência registrado no território goiano.

Detalhe: a providência evita trauma e sequelas da intervenção federal direta, ato que viria de decreto baixado pela presidente Dilma Rousseff. É uma situação delicada, pois a ala da politicalha logo a acusaria de vendetta contra o governador, a pedido de Lula.

Goiás e São Paulo preocupam a presidente. Há uma guerra declarada entre policiais militares e bandidos na Grande São Paulo, onde o governador Geraldo Alckmin também está perdendo o controle da situação. Em Goiás, além da Região Metropolitana de Goiânia, há a questão do Entorno do Distrito Federal, sem que providências fossem tomadas, ficando as ações somente nos discursos.

De acordo com os números do Ministério da Justiça, ocorrem, aqui, 30 homicídios a cada 100 mil habitantes, número maior do que a média nacional, que é de 26. Com o detalhe: enquanto o índice nacional vai baixando, o de Goiás cresce ano após ano.

Segundo o Mapa da Violência elaborado pelo Instituto Sangari, em 2010, a taxa de assassinatos no Estado subiu de 20,2 para 29,4 a cada 100 mil habitantes. No país, esse percentual recuou de 26,7 para 26,2. Em dez anos, a taxa de homicídios só aqui subiu 45%.

Não bastasse isso, há a insegurança com o aumento das ocorrências de roubos, corrupção, violência policial, tráfico de drogas e de pessoas. Ante tantos dados alarmantes – inclua-se, aqui, a violência policial e a comprovação, pela Operação Sexto Mandamento, da Polícia Federal, da existência de grupos de extermínio no Estado – e a inércia do Governo do Estado, sem a adoção de medidas de repressão e longe de buscar soluções para tão graves problemas, a alternativa que restou ao Governo Federal foi a intervenção.

A própria ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, já havia advertido que as denúncias sobre o envolvimento de policiais militares goianos em assassinatos e desaparecimento de pessoas eram indício claro de que a os goianos estão diante de circunstâncias de violência não apenas policial, mas também institucional.

Goiás apresentou grande crescimento econômico e demográfico justamente a partir do primeiro governo do Sr. Perillo. Nas gestões de seus antecessores já se fazia necessário o aumento do contingente da Polícia Militar. Tal premência foi se fazendo cada vez maior e nenhuma – eu disse NENHUMA - providência foi tomada. O concurso para a admissão de praças, cujo edital já deveria ter sido publicado, abrindo mais quatro mil vagas, pelo visto, este ano não sai.

O caso do Entorno só fica na prosa. Faltam policiais civis e militares. Os concursados da civil, que estavam na fila de chamada, esperando a convocação prometida pelo Sr. Perillo, não foram contratados e novos concursos não foram feitos. A violência na região assusta e assusta os moradores do Distrito Federal, para onde os bandidos incursionam para praticar todos os tipos de delitos.

Ao que parece, temos acracia lá e cá, daí a intervenção. A história publicada pelos jornais é, em parte, ficção. Policiais civis podem deflagrar greve terça. Os Bombeiros discordam da vinda do delegado federal para comandar a Segurança

Sabia que havia algo estranho na presença de um delegado federal nessa história. E de um delegado que investiga o governador. A muitos pareceu que o Sr. Perillo estava apenas deixando claro não temer investigações, daí o convite ao Dr. Joaquim Cláudio Mesquita.

O delegado não foi convidado. Foi incumbido, imposto. Brasília mandou que ele assumisse. É intervenção, não substituição. Que providências sejam tomadas, que o crime seja atacado e que os bandidos escolham: morar em outro lugar, ou morar aqui, só que na cadeia.

Fonte: luizcarlosbordoni.blogspot.com.br/