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A SEGURANÇA ECONOMIZADA - 21/11/2012

Nosso país hoje vive uma realidade que até alguns anos atrás, pensávamos que só existia em países que vivem em um constante conflito ético e religioso. Naqueles anos dourados pensar em violência em nosso país, especialmente em Goiás, era um sonho que nunca se tornaria realidade... uma realidade em 3D, violência em Goiânia então, ave Maria, era coisa de gente que não tinha o quer fazer.

 

Pois bem, neste período de bonança o poder público nunca se preocupou em ter uma visão de que um dia isto poderia acabar, mas naquele dias a ditadura dominava o país, mas no cerne da sociedade, a violência já planejava sua “evolução” nos festivais que além da música, havia a “canabis sativas” (maconha) que, coitadinha, era inocente perante ao que temos hoje.

 

            Os investimentos em segurança pública eram poucos e a seleção de candidatos para serem policiais não havia critérios: pegava os candidatos por vocação ou quem tinha “cara de mal, de poucos amigos”. “Ah, este vai ser um ótimo policial”, dizia-se, assim eu acredito que fosse. Pois bem, os tempos mudaram novas musicas chegaram, o Estado de Goiás se tornou um dos mais ricos do país e a segurança pública, continua um pouquinho melhor. Sim, um pouquinho melhor porque os investimentos necessários para acompanhar a evolução do crime não existem porque nossos políticos ainda acreditam que isto é uma fase, assim como acreditaram no início que a “canabis sativas” (maconha) era apenas um passatempo dos hippys.

 

            Há alguns dias atrás vi na televisão o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin dizer que a violência lá no Estado, principalmente vitimando policias civis e militares, segundo ele, estava “dentro da normalidade”. Isto é brincar com a inteligência do cidadão e ignorar as vidas perdidas destes nobres policiais. Ora, se a morte de quase 100 policias, cidadãos sendo executados, incendiamento de ônibus dizer, média de 8 pessoas mortas todos os dias isto é normal...então o que seria está fora da normalidade?

 

            Infelizmente vivemos hoje onde a violência se tornou algo cotidiano, como se fosse uma novela com final trágico e os executivos do poder, visualizam isto como algo dentro dos padrões sociais na ausência do Estado, ou seja, não se preocupa com o cidadão, paga mal seus policiais e cada um se protejam da melhor forma possível. O Estado de Goiás não foge a esta realidade principalmente agora que temos a honra de termos duas Polícias Civis dentro do mesmo território. Isto sim é uma ficção da mais pura incompetência na administração da segurança pública. Não é qualquer estado que tem duas Polícias Civis, Goiás se tornou pioneiro desta iguaria.

 

            Um Estado forte quando quer por fim a violência consegue temos exemplos esparramados pelo mundo como: África do Sul, Irlanda, Nova York que já foi considerada a cidade mais violenta do mundo, Holanda, Japão onde ocorre um homicídio a cada 5 dias, segundo dados da ONU.

 

Mas em nosso país, que virou a bela adormecida em berço esplêndido no quesito segurança pública, um país que vai sediar eventos gigantescos nos esportes e dizer que não tem dinheiro para investir na valorização do policial, modernização da segurança pública, impor sua autoridade junto aos marginais de plantão, isto sim, é um verdadeiro desrespeito ao cidadão contribuinte.

 

Mesmo dormindo com tanto barulho, temos sim uma luz que vai brilhar muito, esta é a esperança de todos os policiais civis, e esta luz terá sua grandeza nos trilhos da modernidade: JOAQUIM CLAUDIO MESQUITA. Chegou com sangue novo, novas idéias, provou estar do lado da modernidade para tirar a segurança pública da “era da pedra lascada” para o século XXI.

 

Mas tem uma dura e árdua tarefa em deixar o mapa da violência em Goiás dentro do que se considera “normalidade” apesar de que homicídio nunca será algo normal. Mas força de vontade e apoios dos policiais sem investimento do Estado, sem a atenção que o momento exige nada poderá ser feito para frear esta violência que bate à nossas portas todos os dias.

 

Temos quer ser otimistas e lutar para que nossos sonhos se tornem tangíveis e que não se mantém na utopia que cega, escraviza, tortura o cidadão de bem. A paz é possível para os homens de bem que ainda, são a maioria...ainda.

Wladimir Slywitch

Escrivão de Polícia de Classe Especial