Artigos UGOPOCI

ENTRE A CRUZ E A ESPADA - 30/05/2007

 

 

Minha intenção aqui, é alertar a sociedade, para que antes de criticar, julgar e condenar um policial possa observar alguns valores, nunca se esquecendo que antes de ser um agente da lei, ESTE HOMEM OU MULHER, QUE CARREGA SOB OS OMBROS, A AFIADA NAVALHA, DE SER POLICIAL. Ele é um ser humano, igual a qualquer um, ou seja, tem sentimentos, necessidades, que se encontram sempre em conflitos, pois erroneamente a LEI os considera SUPER-HOMENS E MULHERES. Se esquecendo dos verdadeiros valores humanitários; O POLICIAL não é uma máquina, mas sim, um ser humano, que recebe uma sobrecarga excessiva de atribuições e cobranças, abdicando de sua própria vida, para garantir a do outrem, muitas vezes, pagando um preço muito alto, mais alto do que perder a sua própria existência, pagando o preço da exclusão social, da indiferença, da ingratidão... Engana-se, quem pensa que o policial tem uma vida maravilhosa, ele carrega sim, uma enorme cruz, em sua eterna via crucis no mundo policial... Defendendo uma LEI INJUSTA, que como regra, PROTEGE MAIS OS BANDIDOS, DO QUE O CIDADÃO DE BEM. O policial, ele age obedecendo aos limites da Lei, já o bandido, age livremente, sabendo que na maioria das vezes, o aparato policial, não pode por as mãos nele. Se um fora da lei comete um crime, em uma determinada cidade, tem o mandado de prisão decretado, foge, e, é localizado em outro município, engana-se quem pensa que ele poderá ser preso imediatamente. O JUIZ daquela cidade tem que autorizar a sua prisão, e se o policial efetuar a prisão do bandido, o foragido da Lei, sem o conhecimento da autoridade judicial, ele corre um sério risco de ser processado por abuso de autoridade, ou até mesmo por seqüestro...

O policial vive em um estado de stress elevado, obviamente não pretendo generalizar, imputando desonestidade como características, no entanto, muitas das vezes, temos que conviver  com policiais corruptos, sob os olhares de políticos inescrupulosos e sem comprometimentos com a população. Com baixos vencimentos, condições mínimas para desempenharem sua profissão, com alguns segmentos, que dizem representar “DIREITOS HUMANOS”, que se preocupam mais com os criminosos, do que, com suas vítimas, se esquecendo que, a população, não suporta mais, ver seus direitos desrespeitados a todo o momento. O crime estabeleceu um estado paralelo, esmagando e encurralando o Estado de Direito. O célebre jornalista ROSENVAL FERREIRA, assinalou que: “Os policiais, hoje, podem ser considerados uma nova geração de exilados internos. Atuam encurralados: De um lado pelo banditismo, que naturalmente os ODEIAM, e de outro, por importante ala da sociedade. Como regra geral, promotores são capazes de acreditar mais no marginal do que nos agentes da Lei...” (O POPULAR – EDIÇÃO DE 05 DE JUNHO DE 2004).

O que esperar de um país, onde menores delinqüentes, roubam, matam, traficam, seqüestram, estupram, cometem todos os tipos de atrocidades, com enormes requintes de crueldade, chegando aos ápices demoníacos, serem considerados infratores, não podendo ser apenados com mais de três anos de “internação”, isto quando o são, e depois tem sua ficha limpa, absolvendo-os para continuarem trilhando livremente pelo sub mundo do crime, destruindo vidas e famílias.

O que esperar de um país, onde alguns políticos, financiados sabem se lá por quem?! Querem abolir os crimes hediondos e diminuir penas! Existem atualmente duas corporações policiais no Estado de Goiás: Uma bem estruturada e melhor remunerada no entorno de Brasília, e outra totalmente desfigurada no resto do Estado, o que fere amplamente a Constituição.

Cobram-se muito falando, que nos Países Europeus e principalmente nos Estados Unidos, a polícia age diferente, (Já viu, pelos noticiários de TV, como é realizada a abordagem policial por lá, se não acatar a ordem dada pelo POLICIAL, você é neutralizado a tiros...) E aqui, querem inclusive acabar com o uso das algemas, se esquecendo que lá, os policiais são reconhecidos na pertinência necessária, são bem remunerados, e antes de saírem às ruas, passam sempre por uma avaliação médica, que irá detectar como o policial se encontra física e mentalmente, se ele tem condições psicológicas para trabalhar. Lá, o policial é tratado como ser “HUMANO” diferente daqui, onde somos considerados “MÁQUINAS”!!!

Autor: Washington Luiz de Souza Nogueira

Policial Civil, atualmente lotado na cidade de Jaraguá – Goiás

Repórter Policial da Rádio 104,7 FM “Programa NA ROTA DO CRIME – JUSTIÇA”

E-mail: washingtonluiz.reporterpolicial@hotmail.com

Site: WWW.104.7fm.com.br

 

Fonte: União Goiana dos Policiais Civis