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Mau exemplo - 07/07/2007

Por: Aguinaldo Tibúrcio

Em uma pesquisa realizada pelo Projeto Excelências, da organização não-governamental Transparência Brasil, demonstra que aproximadamente um terço dos parlamentares brasileiros, eleitos para representar a população, nas diferentes esferas que compõe o poder legislativo no Brasil. Deputados e senadores, tem problemas com a Justiça e com o Tribunal de Contas.

Dos 80 senadores, 28 (ou 35%) são citados em ocorrências. Na Câmara dos Deputados, 160 dos 513 (ou 31%) estão envolvidos em algum escândalo ou denúncia.

A maior parte das ocorrências são processos criminais por peculato, ou seja, delito praticado pelo funcionário público que em razão do seu cargo se aproveita para tirar vantagens pra si ou para terceiros e compra de votos. Processos em Tribunais de Contas por multas e licitações irregulares.

O diretor-executivo da ONG Transparência Brasil ressaltou a gravidade de algumas das acusações envolvendo parlamentares. “Eles respondem a processos gravíssimos na Justiça”, afirmou.

O deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), por exemplo, é acusado de fazer laqueaduras em troca de votos. Já Beto Mansur (PP-SP) responde por manter trabalho escravo. Paulo Magalhães (DEM-BA) responde por lesão corporal.

Muitos são investigados, ainda, por denúncias feitas pelas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) como as do mensalão e sanguessuga.

Os deputados Neudo Campos (PP-RR) e Paulo Maluf (PP-SP) são um dos que mais apresentam ocorrências com a Justiça, com acusações de corrupção, formação de quadrilha e peculato. Abelardo Camarinha (PSB-SP) é indiciado por licitação ilegal e responde a diversas ações no TRE-SP.

Já Alexandre Silveira (PPS-MG) responde a diversas ações e deve esclarecimentos ao Tribunal de Contas da União por irregularidades em sua passagem pelo Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes).

O parlamentar Antonio Thame (PSDB-SP) tem 18 contratos sob investigação em Piracicaba, onde foi prefeito.

Outros ex-prefeitos, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), de Sorocaba, e Francisco Rossi (PMDB-SP), de Osasco, Severiano Alves (PDT-BA), de Saúde, Zé Gerardo (PMDB-CE), de Caucaia, e Reinaldo Nogueira (PDT-SP), de Indaiatuba, também repondem por crime de responsabilidade.

Jader Barbalho (PMDB-PA) responde a quatro ações no STF. O ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha (PMDB-RS) reponde a um processo sigiloso no STF. A lista cita, ainda, Clodovil Hernandes (PTC-SP), indiciado por crime ambiental.

No Senado

Entre os senadores, as legendas com mais políticos citados são PMDB, com nove parlamentares, PSDB, com seis, e o DEM, com quatro. O PTB tem três senadores listados, o PR tem dois. Já PSB, PP, PCdoB e PT têm um.

Os senadores mais comprometidos com a Justiça são Cícero Lucena (PSDB-PB), com processos no STF (Supremo Tribunal Federal) por crimes contra a administração pública, Expedito Júnior (PR-RO), com ações por compra de votos, Fernando Collor (PTB-AL), por peculato, corrupção e crime contra administração pública, João Ribeiro (PR-TO), por manter trabalho escravo e Raimundo Colombo (DEM-SC), por improbidade administrativa.

Já o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) deve ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Os partidos que mais contam com deputados federais comprometidos com a Justiça são: PMDB, com 30 nomes, PSDB, com 20, DEM, com 19, e PT, com 16. As demais legendas somaram 69 parlamentares, com mais ocorrências no PP, PTB, PR e PDT.

As ocorrências mais recorrentes são de irregularidades acusadas pelo tre (Tribunal Regional Eleitoral) e TCE (Tribunal de Contas do Estado) de origem do parlamentar, além de processos no STJ (Superior Tribunal de Justiça) por crimes contra administração pública. Fonte: Sitío ultimahoranews.com